19 de abril de 2024

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Pesquisas da FGV apontam remuneração menor em 2015

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Foto: (Sergio Miorin, Professor da IBE-FGV e diretor da SM Consultoria, Treinamentos e Palestras.)

De acordo com o estudo divulgado esta semana, taxa de desemprego deverá aumentar enquanto os salários tendem a crescer bem menos e até diminuir

 

Muito tem se falado sobre os desafios econômicos do governo para o próximo ano. Um deles é não permitir um aumento da taxa de desemprego, de forma que a máquina econômica brasileira se mantenha aquecida. O relatório anual sobre salários da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado recentemente, mostra que o Brasil foi um dos países com maior queda da desigualdade na última década.

 

O mercado de trabalho foi responsável por 72% dessa redução, devido tanto ao aumento dos salários, quanto à taxa de emprego. Outros fatores, incluindo políticas de distribuição de renda, também contribuíram para a redução da desigualdade. No entanto, o crescimento dos salários reais no Brasil registrou uma variação de 4,1%, em 2012, para 1,8% em 2013.

 

Para o pesquisador da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE), Rodrigo Leandro de Moura, a taxa de desemprego deve subir em 2015 e os trabalhadores tendem a perder poder de barganha salarial, com os salários reais crescendo bem menos ou até diminuindo.

 

Uma das causas, segundo Moura, é a elevação já observada da taxa de juros pelo Banco Central e a projeção de aumento gradual no próximo ano, aliado às baixas expectativas de crescimento do PIB tanto neste ano, com taxa próxima de 0%, quanto em 2015, com taxa esperada de 1% ou menos, além de um arrefecimento parcial do crescimento da inflação. “Não descarto uma piora da desigualdade já no ano que vem. Minha expectativa para o mercado de trabalho no ano de 2015 é um cenário de deterioração”, salienta o pesquisador.

 

De acordo com o professor da IBE-FGV e diretor da SM Consultoria, Treinamentos e Palestras, Sergio Miorin, as contratações deverão acontecer em baixa escala. As melhores remunerações serão para profissionais que se destacam no mercado. “Como a mão-de-obra qualificada é difícil de ser encontrada, as empresas com planejamento e inteligência estratégica apurada acabam não demitindo profissionais qualificados mesmo no momento crítico. Caso o façam, depois será difícil encontrar um profissional do mesmo nível; além do que, existe também a questão da remuneração”, diz. Miorin ainda ressalta que os profissionais com esse perfil conseguem escolher a carreira e optar por funções com maior salário em empresas maiores.

 

De acordo com a OIT, embora os países emergentes e em desenvolvimento, em geral, demonstrarem uma tendência a aumentar a média dos salários mais rapidamente do que as economias desenvolvidas, na América Latina e no Caribe — onde os países de maior influência são Brasil e México — o crescimento médio dos salários reais variou de 2,3%, em 2012, para 0,8% em 2013. No Brasil, entre 2001 e 2012, as classes mais baixas tiveram maior aumento salarial do que as classes mais altas e a participação dos salários aumenta de forma gradual na classe média. “Entretanto, com o menor crescimento da economia e o desaquecimento do mercado de trabalho, o grupo de trabalhadores com somente o Ensino Médio, que normalmente pertence à classe média, deve sofrer mais”, finaliza o pesquisador Rodrigo Leandro de Moura.

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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