28 de março de 2024

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Perda da massa muscular causada pelo envelhecimento tem prevenção

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Diagnóstico preciso e exercício com carga mantêm ou devolvem a força, o equilíbrio e a performance física. Foto: Matheus Campos

À medida que a idade avança, uma série de adversidades ligadas à saúde, tais como perda de mobilidade, força e equilíbrio, começam a surgir, podendo resultar em quedas, fraturas, hospitalização, invalidez e até em morte. Normalmente, a atenção de médicos e pacientes recai sobre problemas relacionados aos ossos e pouco se fala da sarcopenia.

A sarcopenia é a perda da massa magra e da função do músculo esquelético, o que leva à incapacidade física. Combater a doença faz a diferença na qualidade de vida durante o envelhecimento.

A fisioterapeuta Márcia Viana alerta que o declínio de massa muscular ocorre a partir dos 40 anos devido a alterações em redes hormonais, na regeneração muscular e na síntese de proteínas. Tanto homens, quanto mulheres, têm esse processo intensifi­cado ao longo da vida, em média, de 1% a 2% de redução ao ano. “Quanto antes o médico pedir exames específicos para esta observação, melhor para a prevenção”, frisa.

De acordo com a European Working Group on Sarcopenia in Older People, para diagnosticar a doença utiliza-se a seguinte equação:

perda de massa muscular + redução de força muscular + redução de performance física = sarcopenia

“Quando há perda em dois desses três fatores, já se tem instalado um quadro de sarcopenia”, afirma a especialista.

Há a sarcopenia primária, quando a perda de massa envolve um processo fisiológico, natural do envelhecimento, e sarcopenia secundária, decorrente de hospitalização e longos períodos de inatividade.

Márcia dá o exemplo do estudo divulgado em 2016 pela entidade dos Estados Unidos American Physiological Society, que conclui que em 14 dias de repouso no leito uma pessoa com 50 anos atinge um nível de atrofia muscular funcional que reduz capacidades metabólicas comparável a alguém de 70 anos com vida regular normal.

Boa notícia!

Nem tudo está perdido. Márcia ressalta que se pode ganhar massa muscular em qualquer idade, mas afirma que o ideal é não perdê-la. “Para envelhecer com saúde, o treinamento com pesos feito ao longo da vida é o mais seguro e eficiente. Ele aumenta a massa muscular e traz melhor rendimento nas atividades do dia a dia”, garante. A especialista ressalta que, por mecanismos diversos, o treino resistido controla doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade e evita a osteoporose.

Idoso e quem sente dor também pode!

Márcia diz que muitas pessoas têm medo de fazer exercícios com peso, principalmente idosos ou quem tem alguma dor ou limitação. No entanto, com acompanhamento e dentro de “Regras de Segurança”, o treino resistido é o que apresenta maior cobertura de benefícios.

“Não se pode ter medo de atividades de carga feitas com acompanhamento de um especialista porque é a modalidade que traz melhor resultado. Basta ser feita com pesos controlados, amplitudes de movimento na limitação correta, atenção à pressão arterial e frequência cardíaca adequada à idade e condição física, questões observadas pelo profissional”, recomenda.

De acordo com Márcia, a massa muscular também tem relevante efeito modelador do corpo, figurando como um dos objetivos básicos para a estética corporal. “A musculação também é o mais e­ficiente exercício para estimular a saúde geral e o bem-estar das pessoas”, frisa.

Márcia destaca, ainda, que o aumento da força muscular atenua dores causadas por processos degenerativos articulares. No entanto, o controle de dores crônicas somente ocorre quando a força muscular é elevada de forma signi­ficativa, com carga avaliada progressivamente caso a caso.

Sobre Márcia Viana

Fisioterapeuta, com 30 anos de experiência, Márcia Viana e sua equipe oferece a possibilidade de tratar e prevenir as possíveis disfunções que o avançar da idade pode ocasionar; preservando a jovialidade e a independência física melhorando a qualidade de vida. Possui especialização em Fisiologia do Exercício pela Escola Paulista de Medicina-UNIFESP e especialização em Fisiologia do Exercício e Treinamento Resistido na Saúde, na Doença e no Envelhecimento pela CECAFI-USP.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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