28 de março de 2024

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Pela primeira vez, equipe de refugiados disputa Olimpíada

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A finalidade dessa participação especial nos Jogos é chamar a atenção do mundo esportivo para o problema dos refugiados. Divulgação/Acnur

Uma equipe de atletas de refugiados vai disputar nas modalidades de atletismo, natação e judô pela primeira vez na história das Olimpíadas. Eles não se apresentarão com as bandeiras de seus países de origem, mas com a do Comitê Olímpico Internacional (COI).

A finalidade dessa participação especial nos Jogos Rio 2016 é chamar a atenção do mundo esportivo para o problema dos refugiados.

O Ministério da Justiça e Cidadania (MJC) atua na proteção dos refugiados no País e apoia iniciativas de inclusão dessas pessoas. O relatório do Sistema de Refúgio Brasileiro, divulgado em maio, aponta a existência de 8.863 refugiados no Brasil em 2016. Os dados são do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), ligado à Secretaria Nacional de Justiça e Cidadania.

A equipe

Os dez integrantes da inédita Equipe Olímpica de Atletas Refugiados tiveram que deixar seus países devido às consequências de guerras e crises humanitárias e vivem no Brasil, Alemanha, Quênia, Luxemburgo e Bélgica. A equipe é composta por dois nadadores sírios, dois judocas congoleses, um maratonista etíope e cinco corredores sul-sudaneses.

A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) é parceira do Comitê Olímpico Internacional nesta iniciativa. A partir de uma solicitação do COI, a Acnur identificou refugiados em todo o mundo com experiência esportiva e encaminhou os nomes à instituição esportiva.

O Comitê então atuou junto às federações e aos comitês nacionais em um programa de treinamento dos atletas, chegando à seleção dos dez refugiados – que se encontram no Rio de Janeiro – entre 43 candidatos. Outros atletas já competiram independentemente, porque seus países haviam sido banidos das Olimpíadas ou porque o país não possuía um time nacional.

“A equipe fará o mundo ficar mais consciente da causa do refúgio, mostrando que todos podem contribuir para a sociedade”, afirmou o presidente do COI, Thomas Bach, durante sessão de apresentação da equipe de refugiados no Rio de Janeiro.

“A iniciativa de compor um time de refugiados é um reconhecimento aos desafios enfrentados por aqueles que precisam recomeçar em outro país. Esses atletas dão voz aos mais de 60 milhões de refugiados no mundo inteiro, para que continuem perseguindo seus objetivos, apesar das adversidades”, reconhece o secretário nacional de Justiça e Cidadania do MJC, Gustavo Marrone Sampaio.

Abertura

A refugiada do Sudão do Sul Rose Nathike Lokonyen será a porta-bandeira da Equipe Olímpica de Atletas Refugiados durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, que ocorre nesta sexta-feira (5). Rose Lokonyen é refugiada no Quênia e disputará a prova de atletismo (800 metros).

Ao discursar brevemente na 129ª Sessão do COI, a nadadora síria Yusra Mardini afirmou que os refugiados “podem fazer e realizar várias coisas”.

“Foi difícil deixar nossos países, e não escolhemos o nome de refugiados. Estou contente por ser parte deste time e por representar mais de 60 milhões de pessoas, que foram forçadas a se deslocar de suas regiões de origem por causa de guerras, conflitos e perseguições. Esperamos inspirar novos atletas em todo o mundo, não apenas refugiados”, disse Yusra.

Conheça os atletas

Os atletas refugiados, suas respectivas nacionalidades e países de refúgio, e modalidades esportivas, são:

  • Ramis Anis, da Síria (Natação, 100 metros borboleta – masculino); vive na Bélgica;
  • Yiech Pur Biel, do Sudão do Sul (Atletismo, 800 metros – masculino); vive no Quênia;
  • James Nyang Chiengjiek, do Sudão do Sul (Atletismo, 400 metros – masculino); vive no Quênia;
  • Yonas Kinde, da Etiópica (Atletismo, maratona – masculino); vive em Luxemburgo;
  • Anjelina Nada Lohalith, do Sudão do Sul (Atletismo, 1.500 metros – feminino); vive no Quênia;
  • Rose Nathike Lokonyen, do Sudão do Sul (Atletismo, 800 metros – feminino); vive no Quênia;
  • Paulo Amotun Lokoro, do Sudão do Sul (Atletismo, 1.500 metros – masculino); vive no Quênia;
  • Yolande Mabika, da República Democrática do Congo (Judô, peso médio – feminino); vive no Brasil;
  • Yusra Mardini, da Síria (Natação, 200 metros livres e borboleta – feminino); vive na Alemanha;
  • Popole Misenga, da República Democrática do Congo (Judô, peso médio – masculino); vive no Brasil.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Justiça e Cidadania e da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR)

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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