28 de março de 2024

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O Poder de Parar o Tempo traz imagens do repórter fotográfico Pauléo, no Sesc Piracicaba

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Garoto descansa no lixão do pau queimado – Pauléo

Exposição será aberta amanhã, 5/9, e comemora os 250 anos de Piracicaba

 

 

Algumas das imagens captadas pelo fotógrafo piracicabano Paulo Alcides Tibério, o Pauléo, em 36 anos de fotojornalismo, podem ser vistas na exposição O Poder de Parar o Tempo – O Fotojornalismo de Pauléo, que será aberta amanhã, 5/9, ás 13h30, no Sesc, em homenagem aos 250 anos de Piracicaba, completados em 1º de agosto. As fotografias retratam personagens e as mudanças pelas quais Piracicaba passou nessas mais de três décadas.

Entre as imagens podem ser destacadas a que mostra a antiga estação de trem Sorocabana, onde hoje funciona o Terminal Central de Integração, outra que exibe o prédio da Prefeitura e o Parque da Rua do Porto, ainda em construção, com o parque ainda sem o verde que o caracteriza.

Umas das imagens deu a Pauléo grande reconhecimento. Ela mostra o líder sindical e ambientalista Chico Mendes, com olhar desconfiado para a arma de um policial que fazia sua segurança em sua vinda a Piracicaba, para uma palestra. Na época, Chico Mendes sofria ameaças de morte pela sua luta em Xapuri, no Acre. Orientado pelo então repórter Mário Evangelista, que faria entrevista com o líder, Pauléo fez o registro que mais pareceu um presságio: uma semana depois, Chico Mendes seria assassinado com uma arma de fogo em sua casa.

Paulo Alcides Tibério, o Pauléo
Senhora Centenária – Anhumas – Pauléo
Monalisa -Pauléo

 

REBOBINA, PAULÉO – Pauléo começou a trabalhar no Jornal de Piracicaba em 1972, como reserva de entregador de jornal. Dois anos depois, mudou para o setor de intercalação. O Jornal tinha apenas um fotógrafo: Henrique Spaviéri. Era ele quem fotografava e revelava as fotos no laboratório montado no próprio Jornal, quando a revelação era um processo químico. Spaviéri precisava de um ajudante e convidou Pauléo. “Continuei como intercalador e depois ia para o estúdio, rebobinar os filmes”, lembra. O próximo passo, se quisesse seguir a carreira, seria aprender a revelar. Pauléo foi enviado então, para o laboratório da Unimep, numa espécie de curso intensivo, sem vínculo com a universidade.

Já sabia rebobinar e revelar, mas, e fotografar? Começar a fotografar foi, literalmente, um acidente. “Era fim de semana, tinha terminado de revelar um filme, quando o editor Geraldo Nunes chegou, dizendo que havia acontecido um acidente feio na SP-304, que ligava Piracicaba a Tupi. Spaviéri estava viajando, mas tinha deixado a câmera. Rebobinei um pedaço de filme e fui fazer. Voltei para o Jornal, revelei e levei para o seu Geraldo. Saiu na capa. Na segunda-feira, o Spaviéri olhou a foto no jornal, perguntou quem fez. Foi assim que ganhei minha primeira câmera no Jornal e comecei a fotografar, em 1978”, recorda.

A fotografia de Pauléo sempre foi pautada pelo social. “Muitos fotógrafos não gostam de fazer foto quando há denúncia de um buraco na rua, por exemplo. Se você faz com dedicação, aquela foto pode até virar foto de capa. Nunca escolhi os trabalhos que iria fazer. A fotografia é minha grande paixão. E trabalhar com fotojornalismo é uma oportunidade de usar a fotografia para ajudar as pessoas. Gostava de estar com o povo. Se me mandavam ir à favela, ia com gosto”, conta.

Munido de sua boa e velha Nikon, Pauléo ainda faz fotos de pessoas, paisagens e situações, agora como hobby. “Fotografar é como parar o tempo. Os anos podem se passar, mas aquela imagem continua ali, imortalizada”, garante.

 

SERVIÇO – Exposição fotográfica O Poder de Parar o Tempo – O Fotojornalismo de Pauléo. Abertura amanhã, 5/9, às 13h15, no Sesc Piracicaba, em diversos espaços. Visitação até 30/12, terça, quarta e quinta, das 13h30 às 21h30, sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 18h. Informações 3437-9292.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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