29 de março de 2024

SB24HORAS

Notícias na hora certa!

O poder da caneta de Dilma – por Vieira Junior

Compartilhe essa notícia!

Dilma Rousseff nos brindou com mais uma de suas pérolas. Essa, talvez a maior e mais incoerente dos últimos anos. Trata-se de mais um posicionamento incoerente e totalmente contrário a todo e qualquer discurso público feito por ela nos últimos meses. De frente para o povo, as frases “precisamos encontrar o equilíbrio”, “vamos cortar gastos” e “conter a corrupção” enchem de esperança os mais ingênuos. Nos bastidores, a caneta é mais forte que a palavra e aprova, sem vetos, um orçamento que triplica o dinheiro repassado a partidos políticos que sugam e definham a economia do Brasil dentro ou fora do poder.

O Brasil vive um péssimo momento político e econômico. Os impostos sobem, os preços disparam e os investimentos são cortados por todos os lados. Tudo com o justo pretexto de que o governo precisa “fazer caixa”, recuperar o déficit e realinhar a economia. Então, todos começamos a apertar os cintos, compra menos aqui, anda menos de carro ali, e por aí vai… Mas, eis que, de novo, somos surpreendidos pelo governo. Dilma mostrou que não está nem aí para o povo ao sancionar o Orçamento Geral da União de 2015 sem vetar a proposta que triplicou os recursos destinados ao fundo partidário, uma das principais fontes de receitas dos partidos políticos, justamente os mais responsáveis por afundar o Brasil na crise.

Até hoje, os partidos recebiam R$ 289,5 milhões. Uma pessoa com o mínimo de sanidade intelectual saberia que, frente à inexistência de benefícios que eles geram à sociedade, esse valor deveria ser diminuído, no mínimo, pela metade. Não é assim que acontece com as instituições filantrópicas? Todos os anos elas precisam se afundar em relatórios e comprovantes para conseguirem provar ao governo que estão, de fato, gerando benefícios para a comunidade sob pena de perda das verbas se isso não acontecer. Mas com os partidos políticos a medida é outra, o peso também…

O valor foi elevado para 867,5 milhões pelo relator do Orçamento no Congresso, o senador Romero Jucá (PMDB- RR). Dilma teve o poder de vetar. Se estivesse realmente do lado daqueles que ela diz defender, assim o faria. Contudo, ela não é a única “vilã” dessa história: os presidentes dos partidos governistas enviaram a Dilma uma carta solicitando a sanção dos recursos, que também passaram pela aprovação do Legislativo. É a comprovação de que o povo brasileiro não tem mesmo um motivo para acreditar em uma classe que persegue troféus e reconhecimentos sem ter conquistado algo. Pior que isso: se premiam após colocarem o Brasil em uma das piores crises da sua democracia moderna.  Tanto Executivo como Legislativo abandonaram o povo brasileiro. Resta saber quando o povo vai, de fato, abandonar os seus políticos.

Vieira Junior – Jornalista, pós-graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (IBE-FGV)

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
Compartilhe essa notícia!