28 de março de 2024

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Números de acidentes de trabalho são maiores do que os divulgados

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Recentemente, a Pesquisa Nacional de Saúde 2013 (PNS) mostrou que os números reais são quase sete vezes maiores do que os publicados pela Previdência Social no Anuário Estatístico. O último exemplar do Anuário contabilizou cerca de 717 mil acidentes, já a PNS revelou que são quase 5 milhões de casos.

 

Pela primeira vez, o Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério do Planejamento, IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) e com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), realizou uma pesquisa sobre os dados referentes a acidentes do trabalho no Brasil. A PNS demonstrou números assustadores sobre os trabalhadores.

 

“Outro agravante é que a estatística não contabilizou os óbitos. Os números tendem a ser maiores ainda”, ressalta a engenheira de segurança do trabalho, Marcia Ramazzini. A pesquisa ainda trouxe à tona um grave problema do país, a notificação inadequada das ocorrências, devido a falta de registros do CAT (Comunicado de Acidentes de Trabalho).

 

Segundo o Ministério da Saúde, a pesquisa foi realizada devido a precariedade de informações a respeito de acidentes do trabalho no país. O critério adotado pelos pesquisadores utilizou modalidades totalmente diferentes. Enquanto a pesquisa realizada pela Previdência baseia-se nos CATs, o Ministério da Saúde esteve de porta em porta. “Independentemente dos critérios de avaliação, os números de acidente no Brasil são inadmissíveis e no final quem paga a conta somos nós”. A próxima edição da pesquisa já está marcada e será realizada em 2018.

 

Marcia Ramazzini afirma que o Ministério do Trabalho deveria fazer um trabalho mais proativo, porém faltam recursos humanos e materiais. “As empresas devem estar conscientes e serem incentivadas, principalmente do ponto de vista fiscal, para que cumpram as normas. Os funcionários devem exigir ambientes saudáveis e entender que, por melhor que seja a indenização, não há valor para justificar a morte”.

 

Números

De acordo com a pesquisa, o maior índice de acidentalidade foi de 36,4% registrado no Sudeste e o menor foi de 8,7% no Centro Oeste. Homens são a maior parte das vítimas, 70,5%, e a faixa etária dos que mais se acidentam é a de 18 a 29 anos. Lideram o ranking, as pessoas de baixa escolaridade.

 

Já os acidentes de trajeto – os quais referem-se à locomoção residência x trabalho e vice-versa, apresentaram o altíssimo índice de 1,4 milhões, diferentemente dos dados apresentados pela Previdência que em 2013 apontaram 111.601 casos.

 

Para a engenheira, a principal causa dos acidentes é a falta de prevenção e de conscientização das partes: estado, empresas, sindicatos e funcionários. “Enquanto não houver uma conscientização, enquanto não se trabalhar com prevenção, teremos a cada ano aumento nos indicadores”.

 

Caracterizados em dois tipos: atos inseguros, causados por ações inadequadas do próprio funcionário ou condições inseguras, quando ocorre por falta de segurança apropriada no local, geralmente, o acidente acontece em atividades rápidas que são realizadas cotidianamente.

 

“Os programas comportamentais desenvolvidos pelas empresas devem começar da alta direção até o chão de fábrica. Se não houver comprometimento, não há resultados. A redução de acidentes só ocorre com a realização de um trabalho entre todos os setores. Cada um deve fazer a sua parte e cumprir corretamente o seu papel”, finalizou a engenheira.

 

 

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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