A indocianina verde (ICG) já está disponível em alguns hospitais do país, oferecendo melhores resultados em cirurgias para a retirada do câncer
A indocianina verde (ICG) é um marcador fluorescente que vem sendo cada vez mais utilizado em todo o mundo, com várias aplicações em diferentes tipos de cirurgia.
Em oncologia, seu uso permite a identificação do linfonodo sentinela, que é o primeiro gânglio linfático a receber células malignas de um tumor canceroso primário. Só depois dele é que outros linfonodos serão afetados, espalhando a doença pelo organismo.
Localizar o linfonodo sentinela com rapidez e precisão torna o tratamento menos agressivo, beneficiando os pacientes com a redução da morbidade.
De acordo com o Dr. Arnaldo Urbano Ruiz, cirurgião oncológico especializado em doenças do peritônio e coordenador do centro de carcinomatose peritoneal dos hospitais BP e BP Mirante, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, existem várias maneiras de se pesquisar o linfonodo sentinela.
“No Brasil, pode ser feito por meio da medicina nuclear e com uso do corante azul patente. No entanto, o padrão ouro para se detectar o linfonodo sentinela, especialmente em casos como o câncer do endométrio, é a indocianina verde”, explica.
Tecnologia de ponta
A utilização da ICG requer uma tecnologia específica, que possibilita a localização e retirada dos linfonodos durante a cirurgia.
Essa cirurgia pode ser realizada por laparoscopia, por robótica ou por cirurgia aberta.
No entanto, o Dr. Arnaldo revela que muitos locais apenas disponibilizam a indocianina verde na cirurgia robótica, limitando o acesso das pacientes, pois nem todos os lugares contam com os robôs, e nem todos os pacientes têm acesso a esta modalidade cirúrgica.
Nos hospitais Beneficência Portuguesa e BP Mirante, o uso da ICG é associado tanto à laparoscopia, como à cirurgia aberta, permitindo maior acesso dos pacientes.
“Esta é, sem dúvida, a melhor maneira de se tratar. É importante que todos os pacientes tenham acesso a esta tecnologia, o mais rápido possível, para que possam se beneficiar dos avanços da medicina nesta área”, afirma.