19 de abril de 2024

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Inadimplência das empresas cresce 3,42% em agosto

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Número de empresas devedoras cresceu mais na região Sudeste. Industrias são destaque entre as empresas que deixam de receber. Entre os devedores, setor de serviços teve a maior alta

 

O volume de empresas com contas em atraso e registradas em cadastros de inadimplentes vem desacelerando no país. Dados apurados pelo indicador mensal do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apontam que a quantidade de pessoas jurídicas negativadas apresentou alta de 3,42% no último mês de agosto frente igual período do ano passado. Trata-se da alta mais comedida para os meses de agosto em sete anos de série histórica. Em períodos anteriores as variações positivas haviam sido de 7,61% em 2016, 9,90% em 2015, 7,64% em 2014, 8,32% em 2013, 11,67% em 2012 e 13,79% em 2011.

Na comparação mensal – entre julho e agosto deste ano, sem ajuste sazonal – houve uma leve queda de -0,29% no volume de empresas com alguma conta em atraso. A pequena retração sucede duas leves altas em meses anteriores, que foram de 0,42% em junho e 0,08% em julho.

A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, explica que a desaceleração do aumento da inadimplência entre as empresas tem ocorrido mesmo em meio à crise econômica em virtude da maior restrição ao crédito e menor inclinação ao investimento por parte dos empresários. “Se por um lado, o recuo da atividade econômica provoca queda no faturamento das empresas e na capacidade desses empresários honrarem seus compromissos, por outro, os índices de inadimplência vêm crescendo em um ritmo menor em decorrência da maior restrição ao crédito e da menor propensão a investir. Com menos custos e menos tomada de crédito, há também menos endividamento”, explica a economista.

“Para os próximos meses, espera-se que atividade econômica siga uma lenta recuperação, e que os empresários permaneçam cautelosos devido ao cenário de grande incerteza política e econômica, o que deve manter o crescimento da inadimplência das empresas em patamares discretos frente à série histórica como um todo”, afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.

Aumento do número de empresas devedoras foi mais intenso entre as empresas da região sudeste

Os dados regionais mostram que o Sudeste lidera o crescimento da inadimplência entre as empresas. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o número de pessoas jurídicas negativadas na região cresceu 3,64%, a mais elevada entre os locais pesquisados. Em seguida aparecem, na ordem, as regiões Nordeste, que registrou avanço de 2,88% na mesma base de comparação, Norte (2,73%), Centro-oeste (2,38%) e Sul (2,35%). Apenas as regiões Sul e Nordeste apresentaram aceleração no ritmo do crescimento da inadimplência – em julho, as variações para essas regiões foram de 1,59% e 2,85%, respectivamente.

Outro indicador também mensurado pelo SPC Brasil e pela CNDL é o de dívidas em atraso. Neste caso, o crescimento também foi o menor já observado para os meses de agosto desde o ano de 2011: alta de 0,80% na comparação anual. Na comparação mensal, ou seja, na passagem de julho para agosto, o índice caiu -0,46%.

Empresas do ramo de serviços lideram entre as devedoras e industrias são destaque entre quem deixa de receber

Entre os segmentos devedores, as altas mais expressivas ficaram com os ramos de serviços (5,60%) e indústrias (2,29%), seguidos pelas empresas que atuam no setor de comércio (2,00%) e no ramo da agricultura (0,77%).

Já o setor credor – ou seja, as empresas que deixaram de receber de outras empresas – o destaque ficou por conta da indústria, cuja alta foi de 6,27% na quantidade de atrasos. No comércio a alta observada foi de 4,83% em agosto de 2017 contra agosto do ano passado. Os atrasos com empresas do setor de agricultura caíram -21,12% no período analisado e -0,64% entre as empresas do ramo de serviços, que englobam bancos e financeiras.

Metodologia

O indicador de inadimplência das empresas sumariza todas as informações disponíveis nas bases de dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). As informações disponíveis referem-se a capitais e interior das 27 unidades da federação.

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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