19 de abril de 2024

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Hospital do Paraná é exemplo de gestão e atende 98% pelo SUS

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Uma dor no braço direito fez o médico pedir um exame de ressonância magnética para a Sirlene de Fátima. Ela conta que estava apreensiva com o procedimento, mas tudo mudou assim que foi recebida pelos profissionais do hospital. “Fui atendida em um posto e encaminhada para o Rocio. É difícil este exame, mas não demorou a acontecer. Foi ótimo. Agora é só voltar no médico”, conta aliviada.

Enquanto isso, no meio da tarde, o helicóptero da Polícia Rodoviária Federal traz uma mulher vítima de acidente de trânsito. A paciente, com grave traumatismo na face, é atendida pelos plantonistas do pronto-socorro. Enfermeiros, técnicos de enfermagem e médico dão andamento aos exames e mediação para estabilizá-la. Tudo em pouco mais de 30 minutos.

Esses casos exemplos de bom atendimento ocorreram no Hospital do Rocio, que fica na cidade de Campo Largo, a 30 quilômetros de Curitiba (PR). É um hospital privado, que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ao todo, 98% dos atendimentos correspondem à parceria com o SUS. Os 2% restantes são de particulares e planos de saúde. A demanda vem de pouco mais de 200 municípios paranaenses – quase metade do total. Alguns minutos pelos corredores de enfermaria, pronto-socorro ou UTI são suficientes para perceber a qualidade dos serviços prestados e, principalmente, a satisfação dos usuários.

 

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Ministro da Saúde, Ricardo Barros, em visita ao Hospital do Rocio

 

Gestões como esta têm sido exaltadas pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros. Ele e parte da equipe do Ministério fizeram visitas técnicas a várias unidades de saúde que são referência e otimizam gastos, assim como o Rocio. Os recursos economizados podem ser aplicados em mais serviços de qualidade para atender a população. “A gestão eficiente dos recursos leva a excelência no atendimento de saúde. É o que queremos ao longo do tempo para o Brasil. Esse é nosso compromisso: assegurar mais recursos a serem aplicados numa gestão mais eficiente da saúde”, explicou o ministro.

As visitas feitas pelo ministro são justamente no sentido de buscar exemplos a serem seguidos em todo o Brasil. Tanto por unidades do SUS quanto por aquelas da rede particular, mas que são contratualizadas, ou seja: o Hospital do Rocio tem contrato com o Estado do Paraná. O Ministério da Saúde repassa recursos ao governo estadual, que pode contratar hospitais privados ou filantrópicos para prestação de serviços pelo Sistema Único de Saúde.

Excelência em gestão

O Rocio é referência em serviços hospitalares não só no Paraná como em todo o país. “Mas gerir um hospital deste tamanho não é fácil”, admite o médico Luiz Ernesto Wendler, diretor do hospital. Apesar do desabafo, a constatação ao visitar o local é que “os resultados devem ser exaltados”, como destacou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante visita feita recentemente para inaugurar a nova ala de ambulatórios, construída para atender 30 mil pessoas por mês.

Durante entrevista ao Blog da Saúde, a tentativa era conseguir extrair a “receita do bolo” para a excelência na gestão do Rocio. Entretanto, não há segredo nenhum, segundo o diretor. Há apenas organização aliada ao comprometimento com o trabalho.

 

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Pela manhã, a visita aos pacientes internados começa bem cedo, às 6 horas, como conta Luiz Ernesto. “Entram de 15 a 20 pessoas no quarto. Quase não cabe. Porque ali tem a secretária que marca tudo o que o doente precisa, atestado e exames. Tem a assistente social, que já entra em contato para pedir a ambulância que buscará aquele paciente, a enfermeira, o médico que vai relatar o caso, o nutricionista que vai prescrever a dieta, o radiologista pra falar dos exames de imagem, dois residentes, e técnicos em enfermagem”, diz.

Depois da visita multidisciplinar, o paciente já sai do Rocio com tudo encaminhado. “Nós temos aqui 330 médicos. Mas, o dono do paciente é o visitador. Ele é quem dá alta. O médico opera, ele acompanha, mas quem decide a alta somos nós. Isso faz parte do nosso regimento interno”, explica. O objetivo é agilizar o processo de desocupação dos leitos de UTI e enfermaria para outro paciente que precise de internação ou cirurgia.

Além de manter este ritmo de atendimento, o diretor acrescenta que o pagamento em dia por parte do Ministério da Saúde é um grande estimulador. “Você apresenta a conta e em 25 dias recebe o pagamento. Então, com a gestão, profissionais e pacientes satisfeitos, não tem como dar errado”, conclui Luiz Ernesto.

Sem segredos, apenas com gestão de qualidade, o Rocio segue agradando o principal interessado, o usuário do SUS. “Não há queixa alguma pra fazer. O atendimento foi muito bom. Agora é só esperar o resultado”, comemora a Wanderleia Nunes, que havia acabado de fazer uma mamografia na unidade.

Quem também comemora toda essa excelência é o pai da Lauren, Eduardo Jandeli. Sempre no único dia de folga da semana ele tem destino certo, a UTI Neonatal do Rocio. Lá, Eduardo rende a esposa, que fica todos os outros dias da semana. É a oportunidade que ele tem de observar o desenvolvimento da filha, considerada prematura extrema. “Eu ainda nem peguei no colo. Tem que aguardar né?”, espera o pai ansioso. Lauren nasceu aos seis meses de gestação e precisa de cuidados especiais na incubadora até poder ir pra casa. Ela fica ao lado de outros 63 leitos para bebês, que também estão em observação por serem prematuros como ela.

 

São considerados prematuros extremos aqueles bebês que nascem com até 25 semanas de gestação e com menos de 1,5 kg. A média de permanência desses recém-nascidos na Unidade de Terapia Intensiva é de 3 a 4 meses. O Hospital do Rocio atende esses casos logo após o parto e os pais podem acompanhar tudo de perto, auxiliando inclusive no tratamento especializado. “É muito gratificante ver o bebê entrar aqui com 25 semanas e sair daqui de alta. A mãe trazer aqui depois pra mostrar como ele está bem”, diz orgulhosa a coordenadora da UTI Neonatal, enfermeira Ana Lúcia dos Anjos.

A UTI Neonatal é a “menina dos olhos de ouro” do diretor Luiz Ernesto. E durante a visita da reportagem do Blog da Saúde, é possível compreender o porquê. O ambiente exige silêncio, mas os olhos atentos dos pais e profissionais de saúde que acompanham esses bebês chegam a emocionar. É um retrato do Hospital do Rocio “salvando vidas”.

Quer sentir essa emoção? Assista ao vídeo da reportagem na UTI Neonatal do Rocio:

 

Erika Braz, para o Blog da Saúde

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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