28 de março de 2024

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Hormônio que diminui a fome é ineficaz em obesos

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Pesquisa concluiu que pessoas com obesidade não respondem ao glucagon, responsável por reduzir a ação de hormônios ligados ao apetite

Segundo pesquisa, comer poucas vezes ao dia pode contribuir com o sopreso e obesidadeObesidade: Excesso de apetite em pessoas obesas pode ser explicado pela falta de resposta ao hormônio glucagon(ThinkStock)

O hormônio conhecido como glucagon é um dos responsáveis por ajudar a controlar o apetite das pessoas. No entanto, ele perde a sua capacidade de ativar a sensação de saciedade em obesos, segundo revelou um novo estudo feito na Alemanha. A descoberta, que pode ajudar a explicar a grande dificuldade que indivíduos com excesso de peso têm em emagrecer, foi publicada nesta terça-feira no periódico The Endocrine Society Clinical Endocrinology & Metabolism.

O glucagon é secretado pelo pâncreas e a sua principal função no organismo é sinalizar ao corpo que os níveis de glicose no sangue estão baixos e que é preciso liberar o açúcar que está armazenado. É um papel oposto ao da insulina, hormônio também secretado pelo pâncreas, mas que tem como função diminuir a taxa de glicose na corrente sanguínea quando ela está alta.

Há cada vez mais evidências de que o glucagon também desempenha um papel importante na regulação do apetite. Aparentemente, ele envia ao corpo o sinal de que é preciso reduzir a secreção de hormônios que aumentam a fome, como a grelina. “Uma vez que uma pessoa se torna obesa, o glucagon não as induz mais à sensação de saciedade”, diz o coordenador do estudo, Ayman Arafat, pesquisador do Charité-University Medicine, em Berlim, um dos maiores hospitais universitários da Europa.

A pesquisa de Arafat foi feita com 11 pessoas obesas, 13 pessoas com diabetes tipo 1 e 13 pessoas saudáveis e magras. O objetivo de analisar indivíduos com diabetes tipo 1 era saber se esta doença interfere na ação do glucagon. Isso porque, em pessoas com a condição, o pâncreas não produz quantidade suficiente de insulina, então os pesquisadores queriam saber se a doença também prejudicava a produção do glucagon — o que não aconteceu. Ou seja, os problemas com a resposta a esse hormônio acontecem exclusivamente devido ao excesso de peso.

No estudo, os participantes receberam injeções de glucagon e de placebo. Eles relataram se estavam com fome e a equipe também analisou seus níveis de grelina para medir o apetite dos voluntários. De acordo com os resultados, a sensação de saciedade entre os participantes obesos foi a mesma tanto quando eles receberam o glucagon quanto o placebo. Ou seja, eles não responderam ao hormônio. No entanto, os outros voluntários relataram sentir significativamente mais saciedade quando receberam o hormônio em comparação com o placebo.

“Embora agentes que influenciam o glucagon e outros hormônios sejam considerados como um caminho promissor para as pesquisas sobre obesidade, o nosso estudo sugere que terapia envolvendo o glucagon pode ser ineficaz em reduzir o apetite de pessoas obesas”, diz Arafat.

 

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(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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