28 de março de 2024

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Governo federal destina R$ 500 mi extras para combate ao Aedes aegypti e a microcefalia

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São recursos a mais que irão se somar ao orçamento aprovado de R$ 1,27 bilhão destinado as ações de vigilância em saúde. Nesta semana, o Ministério da Saúde repassou aos estados R$ 143,7 milhões extras destinados a ações de combate ao Aedes aegypti

A presidenta Dilma Rousseff sancionou nesta sexta-feira (15) recurso de R$ 1,27 bilhão para o desenvolvimento das ações de vigilância em saúde, incluindo o combate ao mosquito Aedes aegypti, em 2016. A este montante será adicionado R$ 600 milhões destinados à Assistência Financeira Complementar da União para os Agentes de Combate às Endemias. Para intensificar as ações e medidas de vigilância, prevenção e controle da dengue, febre chikungunya e Zika também foi aprovado R$ 500 milhões extras, sobretudo, por conta da
situação de emergência em saúde pública de importância nacional que o país vive.

Nesta semana, o Ministério da Saúde repassou aos estados R$ 143,7 milhões extras destinados a ações de combate ao Aedes aegypti. O recurso foi garantido em portaria publicada no dia 23 de dezembro do ano passado e já liberado 100% aos estados no início desta semana. O Ministro da Saúde, Marcelo Castro, considere de fundamental importância este recurso extra para as ações nos estados e municípios. “Com este reforço financeiro, os estados e municípios vão poder potencializar as medidas de combate ao Aedes aegypti para evitar a transmissão de dengue, chikungunya e Zika”, explicou.

O ministro orienta que os cuidados com o mosquito devem ser redobrados nesta época do ano, período de maior incidência das doenças. “É preciso que todos se mobilizem para combater este mosquito. É muito importante sempre verificar o adequado armazenamento de água em suas casas, o acondicionamento do lixo e a eliminação de todos os recipientes sem uso, que possam acumular água e virar criadouros do mosquito”, recomendou Marcelo Castro.

O Ministério da Saúde tem reunido esforços para o combate ao mosquito Aedes aegypti, convocando o poder público e a população para uma ampla mobilização nacional para conter o mosquito. O governo federal mobilizou 19 ministérios e outros órgãos federais para atuar conjuntamente neste enfrentamento, além da participação dos governos estaduais e municipais.

Com isso, as visitas a residências para eliminação e controle do vetor ganharam o reforço das Forças Armadas e de mais de 266 mil agentes comunitários de saúde, além dos cerca de 44 mil agentes de endemias que já atuavam regularmente nessas atividades. A orientação é para que esse grupo atue, inclusive, na organização de mutirões de combate ao mosquito em suas regiões.

Os repasses de recursos do Ministério da Saúde para o combate ao mosquito têm se mantido crescentes ao longo dos anos. Somente no ano de 2015, foi liberado R$ 1,25 bilhão.  Em 2011, este montante era de R$ 970,4 mil, o que representa um aumento de 28,8% nos recursos nos últimos cinco anos. O Ministério da Saúde também investiu, no ano de 2015, R$ 23 milhões na aquisição de inseticidas e larvicidas. Além das ações de apoio a estados e municípios, o Ministério da Saúde realiza a aquisição de insumos estratégicos e kits de diagnósticos, para auxiliar os gestores locais no combate ao mosquito.

DENGUE 2015 – Em 2015, foram registrados 1.649.008 casos prováveis de dengue no país. A região Sudeste concentra o maior número de registros da doença com 62,2% (1.026.226) dos casos de todo o país, seguida pelas regiões Nordeste com 18,9% (311.519), Centro-Oeste com 13,4% (220.966), Sul com 3,4% (56.187) e Norte com 2,1% (34.110). Entre os estados, destacam-se Goiás (2.500,6 casos/100 mil hab.) e São Paulo (1.665,7 casos/100 mil hab.) No total, 22 estados apresentaram aumento no número de casos. Apenas Acre, Amazonas, Roraima, Piauí e o Distrito Federal tiveram redução.

O pico de maior incidência da dengue ocorreu no mês de abril com 229,1 casos para cada 100 mil habitantes, seguido de uma redução a partir do mês de maio (116,1), tendência observada nos meses seguintes até outubro (12,2). A partir de novembro (22,3), a incidência da doença começa a apresentar leve tendência de aumento. Em 2015 ocorreram 863 mortes por dengue. As regiões que registraram o maior número de vítimas fatais foram Sudeste (563) e Centro-Oeste (130).

O Ministério da Saúde observou os municípios com as maiores incidências da doença acumuladas por estrato populacional em relação ao número de habitantes. Entre as cidades com menos de 100 mil habitantes destaca-se o município de Onda Verde (SP), com 17.989,9 casos para cada 100 mil habitantes. Entre os municípios com 100 mil a 499 mil pessoas, Rio Claro (SP) possui maior incidência da doença, com 10.804,7 casos/100 mil habitantes. Em relação aos municípios com população entre 500 mil e 999 mil, Sorocaba (SP) se destaca com incidência de 8.815,6 casos para cada 100 mil habitantes. Já em relação aos municípios com mais de 1 milhão de pessoas, Campinas (SP) registrou incidência de 5.766,2 casos para cada 100 mil habitantes.

Entre os quatro sorotipos virais existentes da dengue, o DENV1 foi o que mais circulou durante 2015 respondendo a 93,8% dos casos confirmados de dengue, seguido do DENV4 (5,1%), DENV2 (0,7%) e DENV3 (0,4%).

CHIKUNGUNYA – Em 2015, foram registrados 20.661 casos de febre chikungunya no país. Desse total, 7.823 casos foram confirmados e 10.420 estão em investigação. Atualmente, 84 municípios de 11 estados estão com transmissão autóctone (circulação) do vírus. Além disso, pela primeira vez no Brasil, foram confirmadas três mortes por chikungunya, sendo duas na Bahia e uma em Sergipe. As três vítimas eram idosas (85, 83 e 75 anos) e apresentavam histórico de doenças crônicas.

As medidas de prevenção para a doença são as mesmas já adotadas para a dengue, que se resume em evitar o acúmulo de água parada. A principal diferença nos sintomas das duas doenças é que na febre chikungunya, a dor articular surge em 70% a 100% dos casos, é intensa e afeta principalmente pés e mãos.

ZIKA – Até o dia 9 de janeiro deste ano foram registrados 3.530 casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus Zika. Os casos suspeitos da doença em recém-nascidos são computados desde o início das investigações (em 22 de outubro de 2015) e ocorreram em 724 municípios de 21 unidades da federação. Também estão em investigação 46 óbitos de bebês com microcefalia possivelmente relacionados ao vírus Zika, todos na região Nordeste.

O estado de Pernambuco, o primeiro a identificar aumento de microcefalia, continua com o maior número de casos suspeitos (1.236), o que representa 35% do total registrado em todo o país. Em seguida, estão os estados da Paraíba (569), Bahia (450), Ceará (192), Rio Grande do Norte (181), Sergipe (155), Alagoas (149), Mato Grosso (129) e Rio de Janeiro (122).

RECURSO EXTRA DESTINADO AOS MUNICÍPIOS

UF MUNICÍPIOS VALOR
NORTE 450 21.983.467,46
AC 22 998.988,64
AM 62 4.890.180,12
AP 16 1.060.953,21
PA 144 10.416.805,05
RO 52 2.091.532,04
RR 15 827.075,93
TO 139 1.697.932,47
NORDESTE 1.794 44.963.347,12
AL 102 2.622.873,83
BA 417 11.332.150,44
CE 184 6.912.351,74
MA 217 7.497.110,35
PB 223 2.892.656,81
PE 185 6.700.808,27
PI 224 2.697.897,16
RN 167 2.648.656,09
SE 75 1.658.842,43
SUDESTE 1.668 50.820.774,52
ES 78 2.964.061,76
MG 853 16.323.726,53
RJ 92 12.354.512,14
SP 645 19.178.474,09
SUL 1.191 14.258.560,99
PR 399 5.320.797,86
RS 497 5.546.933,19
SC 295 3.390.829,94
CENTRO-OESTE 467 11.676.293,95
DF 1 1.517.005,67
GO 246 5.287.843,47
MS 79 1.989.718,41
MT 141 2.881.726,40
BRASIL 5.570 143.702.444,04

 

UF CASOS PROVÁVEIS INCIDÊNCIA/100 MIL HAB.
2014 2015 2014 2015
NORTE 48.027 34.110 278,2 197,6
RO 1.967 2.195 112,5 125,5
AC 28.028 5.819 3.547,4 736,5
AM 6.638 4.131 171,4 106,6
RR 1.118 1.089 225,0 219,1
PA 4.487 8.811 55,4 108,7
AP 2.182 3.167 290,6 421,8
TO 3.607 8.898 241,0 594,4
NORDESTE 89.576 311.519 159,4 554,4
MA 2.625 7.505 38,3 109,5
PI 7.650 7.619 239,5 238,5
CE 22.662 63.521 256,3 718,3
RN 11.437 22.503 335,5 660,2
PB 5.611 21.771 142,3 552,0
PE 10.396 102.721 112,1 1.107,2
AL 13.158 28.873 396,1 718,7
SE 2.234 8.460 100,6 381,2
BA 13.803 53.546 91,3 354,0
SUDESTE 310.725 1.026.226 365,1 1.205,7
MG 58.045 189.378 279,9 913,4
ES 18.821 34.699 484,4 893,1
RJ 7.664 68.659 46,6 417,1
SP 226.195 733.490 513,7 1.665,7
SUL 22.943 56.187 79,1 193,6
PR 22.658 49.726 204,5 448,7
SC 133 4.669 2,0 69,4
RS 152 1.792 1,4 16,0
CENTRO-OESTE 115.684 220.966 760,1 1.451,9
MS 3.363 27.989 128,4 1.068,4
MT 7.128 20.223 221,1 627,2
GO 93.547 163.117 1.434,1 2.500,6
DF 11.646 9.637 408,3 337,9
TOTAL 586.955 1.649.008 289,4 813,1

 

UF CASOS CONFIRMADOS ÓBITOS
2014 2015  

2014

 

2015

DENGUE GRAVE DENGUE SINAIS DE ALARME DENGUE GRAVE DENGUE SINAIS DE ALARME
NORTE 23 107 43 115 19 17
RO 2 9 5 11 2 3
AC 1 20 0 2 2 0
AM 7 8 2 10 8 2
RR 3 2 0 10 1 0
PA 5 25 12 33 5 5
AP 2 12 16 31 1 2
TO 3 31 8 18 0 5
NORDESTE 211 981 252 1.077 153 126
MA 18 51 25 44 13 9
PI 12 25 19 42 5 2
CE 63 237 119 664 51 66
RN 24 135 6 46 22 4
PB 12 108 10 75 10 5
PE 23 50 26 74 32 23
AL 20 254 14 94 4 3
SE 9 10 5 2 4 2
BA 30 111 28 36 12 12
SUDESTE 303 6.088 863 15.000 172 563
MG 49 670 123 984 51 69
ES 33 332 65 602 17 15
RJ 20 97 50 340 10 25
SP 201 4.989 625 13.074 94 454
SUL 51 299 98 514 12 27
PR 51 297 95 393 12 25
SC 0 1 1 112 0 0
RS 0 1 2 9 0 2
CENTRO-OESTE 176 961 313 3.623 117 130
MS 4 67 11 220 4 15
MT 5 20 14 41 5 7
GO 134 740 262 3.287 93 86
DF 33 134 26 75 15 22
TOTAL 764 8.436 1.569 20.329 473 863

 

Por Amanda Mendes, da Agência Saúde 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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