28 de março de 2024

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Especialista afirma que aumento na tarifa de energia pode chegar a 15% em 2015

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Enfrentando uma das maiores crises hídricas da história do sudeste do país, os brasileiros encaram um dos momentos mais críticos do setor elétrico. Com apagões se tornando mais frequentes e temidos, o coordenador do MBA do Setor Elétrico da IBE-FGV Diogo Faria fala dos fatores que devem ser considerados para analisar a situação atual.

 

De acordo com Faria, os principais desafios que o setor enfrenta são a falta de planejamento e equilíbrio das normas utilizadas. “Hoje temos um desequilíbrio estrutural no setor elétrico, nós só não vivemos um racionamento em 2014 porque o país não cresceu o esperado. Nós temos um déficit na geração de energia e essa é a primeira coisa que precisa ser resolvida para garantir a oferta de energia nos próximos anos,” afirma.

 

O segundo desafio, segundo o coordenador, se relaciona a estabilidade das regras que a população vive desde o final de 2012, um cenário complicado que tornou-se instável com o decorrer dos anos. “O segmento foi visto por muito tempo como equilibrado, confiável, mas de dois anos para cá ele sofreu muito com mudanças de regras, o que gerou uma insegurança jurídica. Isso afugentou alguns investidores,” explica.

 

Além dos dois principais fatores, Faria fala sobre o aumento vulnerável de profissionais da área, que precisam se atualizar diariamente e buscar frequentemente na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) as novas soluções normativas. Ele ainda ressalta as dificuldades enfrentadas pelas concessionárias.

 

“Os funcionários devem estar atualizados para entender o funcionamento da empresa, que por sua vez sofre com as regras por trabalhar em modelos institucionais. Por exemplo, quando sofre algum déficit ou prejuízo nas operações, a empresa não pode inflacionar seus gastos e aumentar as tarifas, porque, para isso, é necessária autorização da Aneel,” ressalta Faria.

 

Sobre o aumento atual das tarifas, Faria explica que é um ajuste necessário que pode variar entre 10% a 15% no decorrer de 2015. “O Brasil ainda depende muito das térmicas, que possuem um custo 30% maior que as hidrelétricas. O gasto para produzir energia é muito maior que o valor pelo qual ela é vendida. Aumentar as tarifas é necessário para estabilizar e manter um equilíbrio no setor”, finaliza.

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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