28 de março de 2024

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Empresários brasileiros vão a Abu Dhabi em busca de novos negócios

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CNI lidera delegação empresarial que visitará os Emirados Árabes Unidos em outubro durante a olimpíada internacional de educação profissional, a WorldSkills. Na semana passada, o diretor da Câmara de Comércio e Indústria de Dubai esteve na CNI para apresentar as oportunidades de investimentos na região
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) vai coordenar missão empresarial para Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, em paralelo à WorldSkills, olimpíada internacional de educação profissional que ocorre entre os dias 15 e 18 de outubro. Em 2015, na última edição da competição, realizada em São Paulo, a delegação brasileira, composta, em sua maioria, por alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), conquistou o 1º lugar, à frente de equipes de países como Coreia do Sul e Alemanha. Naquele ano, a disputa reuniu competidores de 62 países. O evento foi visto de perto por empresários de várias nacionalidades que, além de acompanhar a competição, aproveitaram para fazer intercâmbios comerciais.

Presidentes de federações de indústrias e empresários de diversos estados integrantes da delegação organizada pela CNI estarão em contato com empresários, investidores e autoridades dos 68 países que participam da competição neste ano. Assim como os brasileiros, todos estão atentos às mudanças da dinâmica dos negócios e das profissões, sobretudo com o advento da chamada Indústria 4.0.

No dia 17 de outubro, a CNI promoverá em Abu Dhabi um encontro dos empresários e presidentes das federações estaduais de indústria com investidores dos Emirados Árabes Unidos. O evento, que será realizado em parceria com a embaixada brasileira na região, tem como objetivo a troca de informações e a prospecção de novos mercados, clientes e negócios. Na oportunidade, será apresentado um panorama da economia e do ambiente de negócios no Brasil, bem como o portfólio de produtos e serviços do Sistema Indústria de apoio a investidores estrangeiros. “Será uma oportunidade ímpar para os presidentes das federações estaduais de indústria mostrarem as potencialidades econômicas de seus estados e apresentarem oportunidades de negócios nas diversas regiões brasileiras”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Está prevista também uma reunião entre integrantes da missão brasileira e autoridades do governo de Abu Dhabi, que apresentarão aos brasileiros experiências e avanços alcançados pelo emirado nas áreas de educação, tecnologia e inovação.

Os empresários e presidentes de federações de indústrias terão ainda a oportunidade de encontrar executivos de grandes empresas, que geralmente vão à competição em busca de novos talentos profissionais. Deverão participar ainda de um fórum de líderes, onde ocorrerão conferências e debates sobre vários temas, como “Estratégia e habilidades de modelagem em um mundo globalizado”, “Quais habilidades os empregadores realmente precisam”, “Desenvolvimento de habilidades nas cidades: alimentando os motores de crescimento econômico”, “Conectando criatividade e tecnologia” e “Habilidades e carreiras sem fronteiras”.

DUBAI E CNI – A Confederação Nacional da Indústria negocia um encontro com investidores de Dubai, emirado vizinho a Abu Dhabi. Na semana passada, o diretor de Escritórios Internacionais da Câmara de Indústria e Comércio de Dubai, Omar Abdulaziz Khan, esteve no Brasil e visitou a CNI para apresentar oportunidades em áreas estratégicas de construção civil e engenharia, principalmente com a montagem da Expo 2020. Dubai será sede da feira internacional, que dura seis meses e reúne cerca de 30 milhões de pessoas de todas as regiões do mundo.

“Nós temos massa crítica e estamos buscando onde desenvolver o nosso setor industrial, porque 10% do nosso PIB (Produto Interno Bruto) vem da indústria. Isso ocorreu de forma orgânica sem um suporte focado. Agora nós estamos bem focados e temos setores-alvo”, explicou Omar Khan durante reunião com o diretor Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi. De acordo com o executivo, as áreas estratégicas estão principalmente  nas cadeias produtivas de aviação civil, energia renovável, alimentos e bebidas, artigos de vidro, papel, farmacêuticos e nos mais variados “produtos de giro rápido”, os chamados FMCG (do inglês fast moving consumer goods).

Omar Khan disse ainda que a aproximação entre brasileiros e árabes é importante para desmistificar a visão que alguns empresários de seu país ainda têm sobre Brasil. “A primeira imagem é de carnaval e samba. Mas temos que dizer: “espera, há muito mais”. Sei que tem muita inovação no Brasil, tecnologia, mentes e ideias. É isso o que queremos importar”, acrescentou.

O executivo árabe também pretende atrair empresários brasileiros para a Global Business Forum Latin America, que será realizada em fevereiro de 2018, em Dubai. “O Brasil tem preciosidades e informações escondidas que, felizmente, nós vamos descobrir. Nós abrimos o nosso escritório aqui porque relações de longas distâncias são muito difíceis”, destacou Omar. Em abril deste ano, a Câmara de Comércio e Indústria de Dubai montou em São Paulo seu primeiro escritório de negócios da América Latina. Existem outros sete escritórios regionais espalhados pelo mundo.

Para o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, o Brasil precisa ampliar seus mercados, seja por meio de acordos comerciais ou missões empresariais. “Estamos em um momento crítico, com 13 milhões de desempregados e com o mercado interno retraído. O trabalho de prospecção de novos clientes no exterior é fundamental para aumentar as exportações e fortalecer nossas empresas para que elas voltem a contratar”, ressaltou.

De janeiro a agosto de 2017, as exportações brasileiras para os Emirados Árabes Unidos alcançaram US$ 1,5 bilhão – um aumento de 12,99% em relação ao mesmo período do ano passado. No mesmo período, as importações brasileiras da região foram de US$ 93,29 milhões. Atualmente, os Emirados Árabes são o 26º parceiro comercial do Brasil. Entre os principais produtos exportados por empresas brasileiras para aquela região destacam-se carnes, açúcar refinado, tubos de ferro, produtos químicos e produtos elétricos.

BRASIL NA WORLDSKILLS 2017 – Desde 1983, o Brasil participa da WorldSkills, a maior competição de educação profissional do mundo. Ao longo desses anos, o país tornou-se referência mundial em ensino técnico. A Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo, apontou o SENAI como uma das mais importantes instituições para alcance do objetivo de assegurar educação de qualidade no Hemisfério Sul. A 44ª edição da WorldSkills, que será realizada entre 15 e 18 de outubro deste ano em Abu Dhabi, reunirá estudantes de 68 países. Entre os competidores da edição deste ano, 56 serão brasileiros, sendo 50 estudantes do SENAI, cinco do SENAC e um do Instituto Federal de Educação de Santa Catarina.

Importante ressaltar que, ao participar da WorldSkills, o Brasil alinha a oferta de educação profissional às melhores práticas internacionais. O desempenho dos estudantes é parte de um conjunto de indicadores que ajuda o SENAI a avaliar e atualizar os currículos dos seus cursos. O conhecimento adquirido durante o torneio reverte-se em novas práticas pedagógicas levadas às salas de aula que beneficiam todos os alunos da instituição.

Além disso, a participação no torneio tem efeito transformador na vida de competidores brasileiros – muitos dos quais das classes C, D e E – que passam a fazer parte de uma elite mundial de técnicos com padrão de excelência. No retorno ao Brasil, muitas vezes como campeões, esses jovens devolvem ao país o investimento feito em seu treinamento. Tornam-se instrutores do SENAI, ajudando na formação de novos estudantes, ou profissionais de sucesso em diversas áreas do mercado de trabalho.

 

 

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