28 de março de 2024

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E quando os pais brigam na frente dos filhos?

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Foto: Luciana Sitta

Artigo de Márcio Todeschini

 

“Tu te tornas semelhante ao que contemplas” (São João Paulo II). Basta sermos pais para constatar a verdade desta célebre afirmação do grande e saudoso Papa João Paulo II, o Papa das Famílias, como ficou conhecido durante o seu pontificado, e também por sua exortação apostólica Familiaris Consortio – A Missão da Família Cristã no mundo de hoje.

 

Em sua maioria, os filhos vão, de acordo com sua personalidade, repetir comportamentos, gestos, expressões daqueles que os geraram. Os pais, sempre serão modelos fundamentais para o desenvolvimento da personalidade e formação do caráter dos filhos.

 

O que um filho sente, absorve e presencia na fase inicial de sua vida, pode construir caminhos seguros dentro de si, ou não. Toda insegurança de uma criança vem de fatores externos, seja na sua vida atual ou da fase intra-uterina, pois ela está descobrindo o que é viver para sobreviver. A ciência comprova através de estudos que a forma insegura de uma pessoa se colocar no mundo vem da fase inicial de sua vida, pois a formação do ser humano é, em grande parte, resultado do seu relacionamento e histórico familiar.

 

A superproteção dos pais é muito comum, por exemplo, quando se tem o primeiro filho, e isso pode afetar muito mais negativamente do que positivamente o futuro daquele filho. Por natureza, as crianças têm uma curiosidade sem limites. O problema é que isso acontece naturalmente antes da idade da razão, ou seja, ela não pensa no perigo que uma descoberta pode esconder. Começam por colocar na boca tudo o que conseguem pegar com suas mãozinhas. Assim que começam a se locomover, todas querem colocar o dedo no buraco da tomada, puxar o que está acima delas, fora do seu alcance, subir uma escada, entre outras peripécias. A reação de muitos pais de primeira viagem é se antecipar e evitar ao máximo que as crianças sofram em qualquer uma dessas e outras situações que as coloquem em algum tipo de risco.

 

Sem diminuir em nenhum aspecto a responsabilidade paterna no cuidado dos filhos, é certo que o excesso de proteção faz com que, no futuro, a criança não tenha estímulos suficientes para fazer uma escolha, como exemplo, tomar uma decisão importante na sua caminhada profissional, pois tornou-se refém de um tempo em que ela sempre tinha quem a protegesse e decidisse por ela. Temos que ter o cuidado de não “estragar” os nossos filhos.

 

Por esse e tantos outros exemplos da forma como o comportamento dos pais influenciam a vida dos filhos, é que jamais fará bem ao filho ver os pais brigando, discutindo, em desacordo, sem chegar a um bom senso e, em situações extremas, desferindo palavras de cunho agressivo, humilhante e opressor um contra o outro. A fragilidade do relacionamento marido e mulher exposta em momentos assim traz consequências desastrosas na formação dos filhos. Situações de desentendimento sempre teremos, pois somos diferentes. Cabe ao casal descobrir meios e ocasiões favoráveis para tratar de assuntos que possam gerar tensões, que demandem um diálogo mais longo, a escuta atenta do outro, principalmente, quando as opiniões são completamente distintas. É preciso buscar equilíbrio para perceber que “até aqui podemos conversar, mas daqui pra frente teremos que fazer isso de forma mais reservada”. Por que esse cuidado? Veja bem, por serem naturalmente mais apegados a um ou outro, os filhos terão uma tendência a repudiar aquele que “machuca” quem ele “mais ama”. Esta rejeição pode se estender não só ao pai ou a mãe, mas aos homens e mulheres de um modo geral. Portanto, a forma como os pais se relacionam marcará profundamente a vida dos filhos.

 

Fundamentais para a vida e o dia a dia de uma família, a verdade, o respeito, a serenidade, a calma, a paciência, o carinho, a correção amorosa, o cuidado tornarão o ambiente familiar mais saudável, alegre e feliz, fazendo dos filhos pessoas mais seguras de si, com excelentes referências que resultarão no desejo de, um dia, formar a própria família.

 

Jesus nasceu numa família. Não desista da sua! Vale a pena, pois ela continua sendo o lugar privilegiado da ação de Deus.

 

Uma família que busca basear sua vida em Deus, nos valores cristãos, terá elementos para aprender a formar e educar os filhos para a fé e para a vida.

 

Márcio Todeschini é missionário da Canção Nova e lançou os álbuns pela Gravadora Canção Nova: “Deus vai além”, “A Força do Amor” e “Já não sou mais eu” (CD e DVD).

 

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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