28 de março de 2024

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Durante visita do papa, igreja distribuirá “manual” que trata pílula e DIU como aborto

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  • manual-de-bioetica-para-jovens-que-sera-distribuido-pela-igreja-catolica-durante-a-jornada-mundial-da-juventude-no-rio-de-janeiro-1371250744398_615x300Capa do Manual de Bioética para Jovens, que será distribuído pela Igreja Católica durante a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) vai aproveitar a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, evento que ocorre entre os dias 23 e 28 de julho com a presença do papa Francisco, para distribuir 2 milhões do “Manual da Bioética para Jovens”. Com linguagem científica, a publicação classifica o uso das pílulas anticoncepcionais e do dia seguinte, além do DIU (dispositivo intra-uterino) como abortivos e condena a prática.

  • DivulgaçãoO manual não trata de prevenção à gravidez e nem mesmo à doenças sexualmente transmissíveis

A publicação da fundação francesa Jeròme Lejeune trata, em 65 páginas divididas em sete capítulos, do aborto e de métodos contraceptivos com base nos dogmas católicos. Um capítulo da publicação fala sobre eutanásia e uso de células tronco. Para especialistas, o manual é um desserviço aos jovens, pois não lhes dá o direito a uma informação técnica sem valores religiosos.

A publicação também diz que a mulher vítima de estupro que ficar grávida deve ter a criança. O manual não trata de prevenção à gravidez e nem mesmo à doenças sexualmente transmissíveis.

É a primeira vez que a publicação será distribuída no Brasil. Existem edições na França e Portugal, onde o aborto é permitido por lei. Nas publicações desses países existem tópicos que mostram a legislação sobre o tema.

De acordo com o padre Rafael Cerqueira Fornasier, assessor da Comissão para a Vida e Família da CNBB, os trechos que falam sobre a legislação dos países europeus foram retirados do manual que será distribuído durante a JMJ porque a edição será publicada em quatro línguas – português, espanhol, inglês e francês.

“Como o evento é internacional, com pessoas de vários países, ia ficar complicado colocar a legislação dos países de cada língua, então deixamos só algumas referências das leis de alguns lugares”, disse Fornasier.

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A iniciativa da CNBB tem como objetivo “acabar com a banalização” desses temas entre os jovens. Segundo o assessor da comissão, o manual foi redigido com fundamentos científicos, mas com uma abordagem fácil e baseado na ética cristã.

“Estamos envolvidos em debates que tocam a vida, como o aborto e a eutanásia. Os jovens se questionam, ainda mais hoje, com os avanços tecnológicos. A vida é uma grande questão para nós”, afirmou o padre.

Segundo dom João Carlos Petrini, bispo de Camaçari (BA) e presidente da Comissão para a Vida e Família da CNBB, a ideia é que os jovens que receberem a publicação a levem para suas comunidades, grupos, amigos e paróquias para discutir os temas abordados.

“Às vezes, eles têm pouca informação, aí compram a ideia da maneira mais simplificada que a mídia oferece. É uma oportunidade única que temos, com jovens de idade semelhante, de muitos países, com o mesmo tipo de problemática. Na juventude o cinismo não venceu, tem ainda esse frescor”, disse Petrini. “Então esse contexto é favorável para se dialogar.”

De acordo com o manual, todas as pílulas contraceptivas (convencional e do dia seguinte) e o DIU produzem o aborto. “A mentalidade contraceptiva (recusa da criança) conduz a aceitar mais facilmente o abortamento em caso de gravidez ‘não desejada’. A contracepção favorece relações sexuais com parceiros múltiplos, no quadro de relações instáveis, o que multiplica de fato as ocasiões de gravidezes não assumidas”, diz a publicação.

A medicina explica que a pílula anticoncepcional impede a ovulação e, com isso, a fecundação. Já a pílula do dia seguinte, usada em casos de estupro ou quando o método anticoncepcional falhou, altera a liberação do óvulo, caso a mulher não tenha ovulado, ou altera o endométrio (parede do útero) impedindo a fixação do óvulo fecundado –a chamada nidação.

O DIU, que pode ser de polietileno ou metal, é inserido no útero e interfere no transporte do espermatozoide, o que impede a fecundação. Além disso, pode causar uma reação inflamatória do útero, o que também impede a nidação.


Fonte: UOL
(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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