28 de março de 2024

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Diretoria de Cultura e Turismo de Nova Odessa premia vencedores do “Pé de Poesia”

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Vencedores foram anunciados em evento realizado ontem quinta-feira no auditório da Prefeitura

 

A Diretoria de Cultura e Turismo de Nova Odessa anunciou na noite desta quinta-feira, dia 31, os vencedores do projeto “Pé de Poesia”. Além de receberem seus prêmios, os poetas declamaram ao público suas obras. Em sua segunda edição, o concurso cultural contou com participação de 70 poetas profissionais e amadores de todo País.

 

Vencedor da categoria “Menores de 14 anos”, o estudante Luís Phelipe Lima dos Santos declamou ao público a poesia “Posso não ter algo”. A estudante Rafaela Cristina Figueiredo conquistou o segundo lugar com a poesia “Capitães de Areia” e também apresentou sua obra aos presentes. Já o terceiro lugar nesta categoria foi conquistado por Lucas Ricardo Luciani, com a obra “Contratempo de Pensar”.

 

Já na categoria “Maiores de 14 anos”, a grande vencedora foi Rosana Maria Cardelli Ferreira com a obra “Desabafo”. O segundo lugar ficou com José Martins de Bonfim, que declamou ao público sua poesia, intitulada “O Lixo”. Nívea Maria Pereira Putin ficou em terceiro lugar com “Eu vivi”.

 

Os primeiros colocados foram premiados com um tablet cada. Já os segundos e terceiros colocados receberam um HD externo e uma coleção de livros diversos, respectivamente.

 

“Chegamos ao final deste concurso muito orgulhosos, pois tivemos grande participação da sociedade. Quero parabenizar os vencedores pelas obras e agradecer a todos que apostaram em nosso projeto e inscreveram suas poesias”, disse o diretor de Cultura e Turismo Leonardo Blanco.

 

Segundo ele, as poesias vencedoras serão expostas nas repartições públicas como forma de divulgar as obras e seus autores e também inspirar as pessoas sobre diversos temas. “Vamos literalmente levar poesia às pessoas com a exposição destas obras”, afirmou.

 

O diretor lembrou que esta edição do “Pé de Poesia” contou com cerca de 70 inscrições, algumas de outras cidades e estados. “O que queremos com esta iniciativa é dar espaço e valorizar a arte poética, fomentando a cultura”, finalizou.

 

CONHEÇA OS POETAS E AS OBRAS VENCEDORAS

 

CATEGORIA “MENORES DE 14 ANOS”

 

1º Lugar

Posso não ter algo”

De Luís Phelipe Lima dos Santos (pseudônimo: “Pitoquinho”)

 

Posso não ter um centavo no bolso,

Mas tenho olhos, no rosto.

No espelho a gente percebe,

Que há gente como a gente.

 

Há palavras que nos fazem iguais,

Dor, amor,

Calor, esplendor

No perfume de uma flor.

 

2º Lugar

Capitães de Areia”

De Rafaela Cristina Figueiredo (pseudônimo: Rafinha 98)

 

Crianças abandonadas

No princípio só meninos

De pele escura ou clara

Rostos magros e franzinos

Com dentes amarelados

Sorriem para o mundo

A dor que senti na vida

Já sentiram num segundo

Numa única noite escura

Num trapiche abandonado

Os meninos estão rindo

De suas mágoas do passado

Professor lendo seu livro

O Sem-pernas a cantar

O Gato se arrumando

Vai sair pra namorar

A Dora chegou no cais

Junto de seu irmão

Avistou o Pedro Bala

E para ele deu seu coração

 

3º Lugar

Contratempo de Pensar”

De Lucas Ricardo Luciani (pseudônimo: MacBoy Robson Veganno)

 

Liberdade de pensamento

Um poeta com tempo

A luz da janela

Traz memórias de momentos

De quando o mundo era quieto e não um tormento

 

Os pensamentos pausam a cada ponto

Ideias entram e outras somem

Pessoas com pressa

Atrapalham o fluxo dos sonhos

 

Prender um pensamento

É não dar liberdade para um pássaro

Quem nunca sonhou em voar?

Então porque proibi-lo de voltar aos galhos?

 

Sentir-se preso

É não conseguir pensar

Em outra coisa que não seja

Nas moedas de ouro

Que o mundo vai te dar

 

Somos todos presos por algo

Mas sabemos que ser livre nos permite sonhar

O problema de voltar para realidade

É que o tanto de números não nos deixar pensar

Está tudo tão programado

Que acabo calculando a equação para aprender a sonhar

 

 

 

CATEGORIA “MAIORES DE 14 ANOS”

 

1º Lugar

Desabafo”

De Rosana Maria Cardelli Ferreira (pseudônimo: Doçura)

 

Num momento de tristeza

Onde meu coração se cala

Penetra dentro de mim

Uma força que me abala.

Vejo o mundo viver

Mas eu continuo parada

No meu íntimo há dor

Mas eu continuo calada.

Porque tantas injustiças

Quantas coisas sem sentido

Muitas vezes até penso

Que tudo está perdido.

Tão logo me vem uma força

Indescritível lembrança

Meu peito explode e grita

Como se eu fosse criança.

Desprezada e quase nada

Se levanta em meu ser

Em meio a tantas dúvidas

Vem a necessidade de viver.

Creio numa forte esperança

Que existe uma Força Maior

Que existe tempo pra tudo

Que existe um tempo melhor.

 

2º Lugar

O Lixo”

De José Martins de Bonfim (pseudônimo: Bonfim de SBO)

 

Depósito daquilo que alguém jogou fora

Porque achou que já não prestava mais

Morada de ratos, insetos e outros bichos

É o próprio lixo, fétido e nojento

Também um nicho de riqueza,

Na esperteza e malandragem

De quem está na outra ponta

E aponta para a empresa pública

Gestora dos restos putrefatos

Que vale quanto pesa a balança

Quando se quer que assim seja.

 

Lixo, luxo do catador, alimento, pão de cada dia

De quem nele trabalha e nada tem

Esperança de se garimpar entremeio a dejetos

Em busca de um naco de comida

Ou objetos que lhe sirva de ganho, ou troféu.

 

Quanta disparidade!

Se comparado com a mesa farta da mansão

Os primeiros saboreiam as melhores iguarias

Enquanto outros se desnutrem

Dos sobejos e rejeitos, acreditando que ainda estava bom.

 

Se todo o lixo doméstico fosse descartado num saco preto ou sacolinha.

Levando em conta a lei da comparação

Pela forma de embalar seu lixo

Dá pra saber se o morador tem boa educação

O lixo segue à frente das moradias

É ali seu primeiro destino, uma lixeira ou latão,

É triste ver aquilo quando é dividido e revirado

Entre cachorros e seres humanos

Numa procura faminta, feito separação de antemão

 

O lixo da consciência será compactado

Devendo ser descartado sob vigilância ambiental

Mas o caos da enchente continuará

Enquanto depositarem lixo na rua

Pra enxurrada entupir bueiros.

 

Gente reclamar da chuva

É como a mão reclamar da luva!

Ou o mamão reclamar da uva!

 

Sejam bem-vindos corvos ou urubus

Aos parques e jardins de sua morada

Nobres lixeiros desse universo

Que no alento lento de suas revoadas

Nos ensine a viver dignamente

Entre bicho gente e lixo

Nesse mundo adverso.

 

 

3º Lugar

Eu vivi”

De Nívea Maria Pereira Putin (pseudônimo: Nima Luz)

 

Eu vivi!

Eu nasci, cresci…

Brinquei, pulei, sorri e chorei…

Estudei, compartilhei, briguei, ganhei e perdi… Eu cresci…

Entendi o que é o amor, de um pai e de uma mãe.

De uma avó, de um avô, de uma irmã, de uma família cristã… Eu cresci…

Joguei bola, pulei corda, brinquei de casinha, pulei amarelinha.

Corri, me escondi… Eu me diverti… Eu cresci!

Passeei, Viajei, namorei.

Andei, corri, conheci coisas que nunca vi… Eu amadureci.

O meu grande amor eu conheci.

Casei, trabalhei, perdi e ganhei.

Fui mãe de menino e menina, filhos presentes que a vida ilumina… Eu cresci…

Lutei, busquei, conquistei.

Sofri, sorri, chorei… Eu cresci…

Conheci muita gente, perdi pessoas queridas, ganhei amizades divertidas…

Eu vivi…

Vivi intensamente, cada minuto, cada momento…

Lembrando que a vida é linda mesmo com os sofrimentos.

Em minhas tristezas, me tornei mais forte.

Em minhas alegrias, me tornei solidária.

Em minhas lutas, me tornei guerreira.

Em minhas vitórias, inteira…

Eu cresci… Eu vivi!

Em tudo que vivi a Deus pedi

Em tudo que vivi a Deus agradeci

O presente da vida, jamais esqueci…

Afinal… Eu vivi!

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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