28 de março de 2024

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Como mudar drasticamente de profissão

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Maria Rita Ritz

Especialistas mostram o caminho para quem não se sente bem no trabalho e quer mudar sem atrapalhar o sucesso profissional

 

Desmotivação, baixa produção e falta de realização. Esses são alguns dos sintomas que podem mostrar que você não é feliz no trabalho e, talvez, precise mudar de área. Isso significa que você tem um novo desafio e um longo caminho para percorrer até que se concretize a mudança. Isso irá envolver uma série de alterações e desafios que serão impostos tanto para a vida profissional quanto pessoal, com investimentos financeiros, tempo, estudo e esforço na busca por um novo emprego. Mas, tudo isso vale a pena? Como sei se devo mesmo mudar de área? Qual a melhor forma para fazer isso?

 

Segundo a professora da IBE-FGV e especialista em gestão de carreiras, Maria Rita Ritz, o principal ponto a ser avaliado em uma possível troca é se a pessoa, ao menos, suporta o seu trabalho. “É muito melhor trabalhar fazendo aquilo que se gosta ou que, pelo menos, não se deteste tanto. Se não houver esse sentimento, o recomendado é a mudança, mas sempre com planejamento”, orienta.

 

Viviane Gonzalez 5Para a diretora da Business Partners Consulting (Interior/SP), Viviane Gonzalez, se um profissional atua em uma área que não gosta, dificilmente ele se sentirá realizado e, por isso, ficará infeliz, uma característica pouco aceita pelas gerações Y e Z. “A maior parte do tempo da vida útil é passada no trabalho. As pessoas lutam pela felicidade plena e isso envolve, também, o ambiente corporativo. Porém, é importante analisar se o que incomoda é algo inerente à sua área ou a todas as profissões. Um chefe intransigente, missões difíceis ou um ambiente ruim podem ser encontrados em todos os campos”, aponta.

 

Mesmo com alguns pontos a favor, as especialistas concordam que a mudança não é uma tarefa fácil. Para elas, é preciso enxergar os motivos para a mudança e avaliar se eles valem o esforço.  Para isso, alguns pontos são primordiais, como: conhecimento para desempenhar bem a nova função, mudanças de comportamento, dimensionar a questão financeira (principalmente se no início esta mudança impactar em alguma diminuição do salário), equacionar a dinâmica de horários, jornadas, distância da casa, e uma possível necessidade de mudança de endereço.

 

Para Maria Rita Ritz, o profissional só deve optar pela migração após avaliar todos os pontos e ainda ter certeza de que a área que busca irá preencher a maior parte deles. Além disso, é importante que a pessoa tenha um contato primário com a área para avaliar se o que ele espera é mesmo o que acontece na realidade. “Um estágio pode ajudar bastante neste momento. Se não for possível, investigue bem com amigos que já atuem nessa área e tire todas as dúvidas. Esteja munido do máximo de informações”, orienta.

 

O caminho para a mudança

 

Com a decisão de passar de uma área para a outra, quem vai definir as diretrizes do processo é o mercado. No entanto, a formação e a capacitação profissional são quesitos que estarão presentes em todos os âmbitos da mudança. “A primeira coisa a se fazer é começar a estudar imediatamente”, aconselha Viviane.

 

Para concretizar a mudança, nem sempre é necessário cursar uma nova faculdade. Às vezes, um MBA ou um curso de especialização é suficiente. Contudo, a nova vaga vai depender da experiência. “Um profissional que tenha feito gastronomia, por exemplo, e quer ser um gestor, não precisa necessariamente fazer uma faculdade de administração. Ele pode complementar a formação através de um MBA em Gestão de Empresas”, explica a professora Maria Rita Ritz.

 

A mudança pode ser mais fácil para os profissionais que estão no começo da carreira, já que eles não possuem laços com empresas nem dependência financeira. Para os jovens, esse ainda é um momento de busca e identificação, o que torna as consequências das mudanças menores. “Profissionais mais experientes devem saber usar a maturidade a seu favor. Sempre há algo para acrescentar ao novo mercado, mas a idade pode ser determinante. O mercado ainda é preconceituoso, por isso é importante mudar o quanto antes e aproveitar a primeira oportunidade”, orienta Viviane Gonzalez.

 

As empresas veem uma mudança de carreira com bons olhos. Algumas migrações são bem vistas considerando as diferentes competências que elas agregam.  Segundo Viviane, que trabalha com recrutamento e seleção de alta e média gerência, atualmente as empresas entendem que  as competências devem se complementar e agregar valor para as diferentes áreas. Na mesma linha, Maria Rita Ritz, analisa que a mudança não impede o profissional de obter sucesso na carreira. “Ela costuma facilitar a realização profissional, já que a pessoa está saindo de uma área que não se gosta para uma na qual ela se sente bem”, afirma a professora, orientando ainda que, enquanto não decidir, o profissional deve investir em cursos que agregam valores em todas as áreas, como os de competências comportamentais e idiomas.

 

Além dos investimentos financeiros, de tempo e disposição, as especialistas avaliam que é de suma importância que a pessoa possua características como persistência, foco e otimismo. O caminho pode ser árduo, mas o resultado pode ser recompensador.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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