28 de março de 2024

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Como explicar para crianças de 4 e 5 anos como é ser cego?

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A experimentação transcende os livros e cadernos causando um impacto positivo na formação dos alunos CEDIN

Como explicar para crianças de 4 e 5 anos como é ser cego? A proposta dos educadores do CEDIN foi, através das HQs de Maurício de Souza, com a personagem Dorinha, trabalhar esse tema de forma lúdica e desenvolver nas crianças habilidades sociais e empatia pela diversidade.

“Embora este ano não tenhamos, aqui na escola, nenhum aluno cego ou com baixa visão, tratar temas acerca da diversidade, tolerância e equidade já nesta faixa etária (crianças de 4 e 5 anos) é primordial para formação do caráter do indivíduo”, pontua a Coordenadora do CEDIN, Camila Bonfati Costa Jorge.

A garotada do Centro de Vivências do Desenvolvimento Infantil, a escola de Jardim I e II da Fundação Romi, conheceu a história de Dorinha, uma das mais novas integrantes da Turma da Mônica de Maurício de Souza. Segundo seu criador, Dorinha é antenada com tudo o que acontece à sua volta, inclusive na moda. Ela está sempre trajada com roupas fashion, corte de cabelo moderno, óculos escuros, segurando, numa mão, a sua bengalinha e na outra, a coleira do Radar, um labrador esperto e carinhoso que a ajuda a se guiar.

Assim, para compreender melhor como é o universo de Dorinha e despertar nos pequenos alunos a afinidade com o tema e a percepção das diferenças, a atividade desenvolvida pelos educadores do CEDIN envolveu a leitura de uma das histórias da personagem e, na sequência, a resolução de atividades – que corriqueiramente eles já desenvolvem tais como sentar à mesa, manipular lápis e papel, ligar os pontos, colorir desenhos e transcrever seus nomes – com o venda nos olhos.

“A essência do CEDIN é educar por meio de vivências, por isso, uma atividade educacional como esta é tão rica. Mais que a leitura e a exemplificação de como é, a experimentação transcende os livros e cadernos causando um impacto positivo na formação do aluno”, afirma Luciana Bueno, Diretora do CEDIN. “Isso é educação que transforma” – conclui.

Estudos da área de Educação Especial indicam que crianças cegas apresentam déficits em algumas classes de habilidades sociais quando não são adequadamente recebidas no ambiente escolar, o que possivelmente interfere na sua relação com professores e colegas e, consequentemente, no seu processo de inclusão. Nesse sentido é importante que o ambiente escolar, educadores e amigos de classe, estejam preparados para receber essa criança, sobretudo, na formulação de práticas pedagógicas que possam estimular o desenvolvimento de habilidades sociais e a promoção de interações sociais satisfatórias no contexto escolar.

Diagnóstico precoce poderia evitar cegueira em cerca de 30 mil crianças. 

Dados fornecidos pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia estimam, também, que 140 mil crianças são portadoras de baixa visão, ou seja, mesmo após correção óptica, ainda são visualmente deficientes. Retinopatia da prematuridade, catarata, toxoplasmose, glaucoma congênito e atrofia ótica são as principais causas de cegueira e baixa visão moderada e grave infantil no Brasil, isso é o que revela um levantamento produzido pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e publicado no livro Prevenção da Cegueira e Deficiência Visual na Infância, de autoria da pesquisadora do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Andrea Zin e da oftalmologista Keila Monteiro de Carvalho. No entanto, com a oftalmologia atual, pelo menos 70% das causas de cegueira e grave comprometimento visual infantil poderiam ser evitadas ou possuem tratamento efetivo.

Para reverter este quadro é preciso um cuidado multidisciplinar com todos os profissionais que acompanham a mulher desde antes do nascimento até os primeiros anos de vida do bebê. “O primeiro passo é a realização de um bom pré-natal, para identificar e tratar doenças infecciosas congênitas, como toxoplasmose, herpes, citomegalovírus, sífilis e, mais recentemente, o Zika vírus”, destaca Andrea Zin. Segundo a especialista, no nascimento e ao longo dos primeiros anos de vida, a principal estratégia de triagem é a realização do teste de reflexo vermelho, popularmente conhecido como teste do olhinho. “Esse teste simples é feito pelo pediatra e obrigatório por lei e gratuito, há mais de 10 anos, em diversos estados brasileiros”, ressalta a pesquisadora.

De acordo com o levantamento, aproximadamente 20% das crianças em idade escolar apresentam distúrbios oftalmológicos em decorrência de erros refracionais não corrigidos (ex: falta de óculos), estrabismo e ambliopia (diminuição da intensidade visual). “Dessas crianças, estima-se que 5% apresentem menos de 50% da visão normal”, destaca Keila Monteiro de Carvalho. Ainda segundo ela, diferente da pessoa que nasceu com a visão íntegra e, por diferentes causas, adquiriu a baixa visão na idade adulta, a perda da integridade do sistema visual nos primeiros anos de vida causa um grave impacto no desenvolvimento global, como problemas de autoestima, dificuldade de aprendizado e baixo desempenho escolar. Além disso, essa criança tem necessidade de educação especial e material adaptado.

Fonte: IFF/Fiocruz

Sobre o CEDIN

Fruto dos mais de 20 anos de sucesso do Núcleo de Educação Integrada da Fundação Romi, o Centro de Vivências do Desenvolvimento Infantil é resultado de uma parceria entre a instituição e a Secretaria Municipal de Educação de Santa Bárbara d´Oeste. Uma escola de ensino infantil, Jardim I e II, voltada para o atendimento de crianças de 4 e 5 anos, prioritariamente em situação de vulnerabilidade social, e cuja metodologia de ensino própria, inspirada em Vygotsky, Piaget, Freire e na experiência da cidade italiana Reggio Emilia, empodera a criança fazendo dela protagonista de sua formação através de desafios temáticos, espaços lúdicos e ateliês de conhecimento. O CEDIN está localizada na Avenida João Ometto, 200, Jd. Panambi, em Santa Bárbara d´Oeste. (19) 3499-1554. www.fundacaoromi.org.br/cedin.

Sobre a Fundação Romi

Criada em 1957, em Santa Bárbara d’Oeste, pelo casal Américo Emílio Romi e Olímpia Gelli Romi, a Fundação Romi tem como missão promover o desenvolvimento social e humano através da educação e cultura. Pioneira na promoção da comunidade regional e na realização de ações sociais, atende mais de 30 mil pessoas por ano por meio de seus quatro grandes eixos: o Centro de Vivências do Desenvolvimento Infantil (CEDIN), o Núcleo de Educação Integrada (NEI), Centro de Documentação Histórica (CEDOC) e a Estação Cultural (EC). Tendo como apoiadora instituições governamentais e não governamentais, a Indústrias Romi S.A e demais parceiros da iniciativa privada, a Fundação Romi objetiva, continuamente, beneficiar um número maior de pessoas. Av. Monte Castelo, 1095, Jd. Primavera – Santa Bárbara d’Oeste, SP. (19) 3499-1555. www.fundacaoromi.org.br.

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