28 de março de 2024

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Combustíveis seguem com tendência de alta, avalia Ceper/Fundace

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Reajustes têm sido comuns desde julho do ano passado, resultado da política da Petrobrás de alinhamento do preço da gasolina e do diesel à cotação diária internacional do petróleo

A trajetória de aumento da cotação do barril de petróleo, ocorrida a partir da segunda metade de 2017, coincidiu com a mudança na política da Petrobrás de correção diária de preços atrelada à cotação internacional da commodity. Desde então, o petróleo aumentou 50,6%, em termos reais, o que tem impactado diretamente no preço dos combustíveis (gasolina e diesel).

No período de julho de 2017 a maio de 2018, os maiores aumentos no preço da gasolina, foram registrados na capital paulista (21,1%) e nos municípios de Sertãozinho (20,2%) e Campinas (17,7%). O preço médio chegou a R$ 4,27 em Sertãozinho e a R$ 4,21 em São José do Rio Preto e Franca. Os dados são do boletim Setor Sucroalcooleiro de junho, elaborado pelo CEPER/Fundace.

No País, houve elevação de 18,2% no preço real da gasolina. A região com maior incidência de tributos estaduais (ICMS) na composição do preço da gasolina ainda é a região Sul (28,44%), seguida pelas regiões Centro-Oeste e Nordeste (ambas com 28,28%), Sudeste (28,17%) e Norte (25,61%). A porcentagem restante, em torno de 13% a 20% do preço, divide-se entre custos de transporte, margens de distribuição e revenda.

O diesel também seguiu a trajetória de alta no preço. Nacionalmente, o preço médio foi de R$ 3,05 em julho de 2017 a R$ 3,63 em maio de 2018, um aumento de 19%. As cidades com maior elevação na média de preços, em maio, foram Sertãozinho (R$ 3,64); Campinas (R$ 3,62); Ribeirão Preto (R$3,55); São José do Rio Preto (R$3,53); São Paulo e Araraquara (R$3,50); e Franca (R$3,47).

“No dia a dia, a expectativa de redução expressiva no preço da gasolina nas bombas ainda é muito baixa, principalmente se a Petrobrás prosseguir com a política de reajustes diários. A menos que haja queda significativa no câmbio e no preço do barril de petróleo, o cenário não deve mudar”, avalia Luciano Nakabashi, pesquisador do CEPER e coordenador do Boletim Sucroalcooleiro, elaborado em conjunto com os pesquisadores Francielly Almeida e Marcelo Lourenço Filho.

Para Adilson de Oliveira, professor da UFRJ, se a Petrobras seguir com a política de reajuste de preços diários, a perspectiva de uma queda significativa do preço da gasolina nas bombas é baixa, a menos que o câmbio e o preço do petróleo tenham quedas significativas. “Se isso não mudar, a gasolina vai ficar com seu preço oscilando e, no curto prazo, não tem nenhuma chance de reduzir”, analisa.

O Boletim Sucroalcooleiro completo pode ser acessado no site da Fundace: https://www.fundace.org.br/_up_ceper_boletim/ceper_201806_00376.pdf.

Sobre o Ceper – O Centro de Pesquisa em Economia Regional (Ceper) foi criado em 2012 e tem como objetivo desenvolver análises regionais sobre o desempenho econômico e administrativo regional do País. Reúne a experiência de diversos pesquisadores da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto) da Universidade de São Paulo em pesquisas relacionadas ao Desenvolvimento Econômico e Social em nível regional, a análise de Conjuntura Econômica, Financeira e Administrativa de municípios e Gestão de Organizações Municipais, entre outros. A iniciativa de criação do Centro foi dos pesquisadores Rudinei Toneto Junior, Sérgio Sakurai, Luciano Nakabashi e André Lucirton Costa, todos da FEA-RP/USP. Os Boletins Ceper têm o apoio do Banco Ribeirão Preto, Stéfani Nogueira Incorporação e Construção, São Francisco Clínicas, Citröen Independance, Ribeirão Diesel e CM Agropecuária e Participações.

Sobre a Fundace – A Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace) é uma instituição privada, sem fins lucrativos, criada em 1995 para facilitar o processo de integração entre a FEA-RP e a comunidade. Oferece cursos de pós-graduação (MBA) e extensão em diversas áreas. Também realiza projetos de pesquisa in company, além do levantamento de indicadores econômicos e sociais nacionais regionais.

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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