29 de março de 2024

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Bruno Benedito enfrenta o desafio do Mundial Sub-18 pelo sonho olímpico

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O velocista corre os 400 m em Nairóbi, Quênia, para estar entre os oito melhores do mundo; pela Orcampi, de Campinas, passa seu caminho para Tóquio/2020. Foto: (Wagner Carmo/CBAt) 

A disputa do Mundial Sub-18 em Nairóbi, Quênia, a partir desta quarta-feira (12/7/2017) e até domingo (16/7), será o principal desafio da carreira para o jovem Bruno Benedito da Silva. Com 17 anos, tudo está no começo para o velocista que busca aperfeiçoar sua técnica, reduzir seus tempos e ver o sonho de estar nos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, virar realidade.

“Eu quero fazer três ‘tiros’ – qualificação, semifinal e final. É isso! O meu objetivo é chegar, entre os oito melhores atletas, na final mundial dos 400 m”, afirma Bruno, que treina com Evandro Lázari. A qualificação dos 400 m será nesta quarta-feira (12/7).

Bruno Benedito da Silva chegou em Campinas em fevereiro de 2017, para treinar na Orcampi, braço esportivo do Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima (IVCL). Treinava no Monstrinho, em Ourinhos – cita os professores Flávio Serrano e Homero de Andrade como presentes no seu desenvolvimento inicial.

O tempo de 47s66 era o seu melhor há dois meses. O índice de 47s51, fixado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) para que fosse ao Mundial, estava pertinho. Mas Bruno foi muito além. Alcançou o índice em 27 de maio – fez 47s46. E foi ficando cada vez mais rápido. No Brasileiro Sub-18, em Bragança Paulista (SP), em 24 de junho, fez 46s91, sua melhor marca pessoal (que era 47s24) e recorde do campeonato. Superou novamente o índice do Mundial e passou a ocupar um lugar entre os dez melhores do ranking mundial.

Bruno nasceu no Rio de Janeiro, em 9 de abril de 2000, tem 1,70 m e 67 quilos. Tinha cinco meses quando mudou para Ourinhos com a mãe, Janete Benedito Ignácio. Era uma criança agitada. “Na escola, eu ouvia: ‘Para de correr, Bruno!’. Ficava de castigo.” A professora de Educação Física Fátima Nicole, da Escola Estadual Professora Josepha Cubas da Silva, escalou Bruno para os Jogos Escolares, no atletismo. “Eu jogava futsal, mas era ruim porque só queria saber de correr com a bola.”

Em 2012, tinha 12 anos e era pré-mirim, mas competiu na categoria mirim, uma acima. Ganhou os Jogos Escolares e foi indicado para treinar no Monstrinho. No início, disputava distâncias apropriadas para sua idade. Foi campeão sul-americano mirim nos 80 metros e 150 metros (com 16s81, recorde continental). “Eu me interessei mesmo pelo atletismo quando fui campeão sul-americano”, comenta.

A partir de 2014, o esporte ganhou prioridade na vida de Bruno. Em 2015, foi campeão Sul-Americano Sub-16 nos 80 m rasos (8,79 m). Em 2016, venceu os 400 m no Sul-Americano Sub-18 da Argentina (48s12). “É uma prova dolorida. Nos últimos 100 m as pernas doem muito. Eu tinha medo dos 400 m, mas depois coloquei na cabeça que sou quatrocentista.”

Por isso, a escolha da Orcampi, indicada pelo técnico Homero de Andrade, que chegou a conversar com Evandro Lázari, foi ideal. “Aqui, tenho pessoas para olhar, com quem aprender e me inspirar, como Hugo Balduíno, Alexander Russo, que foram para o Mundial de Revezamento nas Bahamas, e Márcio Teles, que vai ao Mundial adulto de Londres (são da B3 Atletismo, mas treinam na pista de Campinas). Eu sempre pensava: vou fazer carreira no atletismo ou vou trabalhar?”.

O velocista está no terceiro ano do ensino médio no Carlos Gomes, em Campinas. “A gente sempre pensa que as coisas estão longe, como a Olimpíada de Tóquio. Mas será em 2020, está logo ali. O Homero, lá do Monstrinho, me disse: ‘Pretende estar em 2020? Então, em 2017, tem de estar em algum lugar como a equipe de Campinas. Eu vim!”.

O atleta divide uma casa de três quartos com dois companheiros de treinos. “Eu arrumo a cama, lavo louça, roupa e estou aprendendo a fazer comida – arroz, feijão, frango empanado, ovo, bife… Meu quarto está sempre organizado. Não gosto de casa suja e bagunçada.” Bruno disse que teve de amadurecer rápido, não só por morar fora, mas porque é pai de Sara Beatriz, de 2 anos. “Eu fui pai muito cedo, mas agora tenho de pensar no futuro da minha filha. Ela me inspira a querer ser mais rápido.”

A Orcampi, que comemora 20 anos em 2017, é o braço esportivo do IVCL e tem patrocínio da Unimed Campinas e parceria da Anhanguera, Samsung, CPFL e 3 M, empresas que investem no desenvolvimento do Brasil pelo esporte.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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