29 de março de 2024

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Brasileiros poderiam ganhar 30% a mais se educação no país fosse eficiente

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Por Marquezan Araújo

No segundo dia do evento “Educação 360”, que acontece no Rio de Janeiro, especialistas retomaram as discussões sobre o tema, com ênfase na estrutura do ensino oferecido aos estudantes brasileiros.

Participante dos debates, o economista e pesquisador da Universidade de Stanford, Eric Hanushek, falou sobre a importância de investimento na educação e como isso reflete no desenvolvimento econômico e social brasileiro.

Ao relacionar a Educação Básica com a economia, o especialista disse que a presença de todas as crianças nos ensinos fundamental e médio, e uma qualidade mínima de educação, resultariam no aumento de produtividade do país. Assim, segundo Hanushek, o Produto Interno Bruto (PIB) atingiria uma alta de 16% ao ano. Consequentemente, os salários dos brasileiros cresceriam 30%.
Investimento

O evento também contou com a participação do ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro. Na ocasião, ele comentou sobre seu trabalho à frente da Pasta, apontando erros e acertos, além de dizer o que fazia de diferente na época.

Um dos pontos destacados por Janine Ribeiro foi referente a políticas públicas, quando fez comparação ao investimento feito pelo Brasil em outras áreas. “O Brasil despende 6% do PIB em educação, no Judiciário, é 1,5%. O Judiciário não deve chegar a 600 mil pessoas, já a população da educação talvez chegue a 600 milhões”, afirmou.

“Outra questão é ter o apoio da sociedade. Esse é o grande problema que temos na educação. Enquanto na saúde as pessoas têm noção de quanto estão doentes; na educação, elas não sabem o quanto estão ignorantes”, completou o ex-ministro.

Propostas da Indústria

Outro participante do “Educação 360” foi o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi. A frente do debate SESI Convida | Educação e Produtividade, o especialista explicou que a discussão sobre a educação não é eficiente pelo fato de ser feita apenas por educadores.

Com base em um balanço elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que faz parte de um grupo de propostas apresentadas aos candidatos à Presidência da República para as eleições deste ano, Lucchesi afirma que é necessário preparar os jovens para o mercado de trabalho ainda na Educação Básica.

De acordo com documento, o Brasil conseguiu praticamente universalizar o acesso ao Ensino Fundamental. Em 2015, por exemplo, 97,7% da população de 6 a 14 anos estava matriculada nesse nível de escolarização. No entanto, a instituição acredita que os números ainda não são suficientes para a realidade brasileira.

Naquele ano, por exemplo, cerca de 1,5 milhão de jovens com idade entre 15 a 17 anos deveriam estar cursando essa etapa da formação educacional, no entanto, encontravam-se fora da escola.

Lucchesi afirma ainda que o grau de desemprego se aproxima de 30% entre os jovens e o problema está relacionado a baixa qualidade da educação oferecida no Brasil. “Nós temos um grande contingente de jovens que é vítima exatamente dessa baixa capacidade de diálogo entre o nosso modelo educacional e as opções e projetos de vida dos jovens que passam pela escola”, avalia.

Primeiro dia

O evento começou segunda-feira (24) e outros nomes importantes da educação no Brasil e no mundo participaram dos debates. Durante encontro no Museu do Amanhã e no Museu de Arte do Rio, o economista do Banco Mundial David Evans falou sobre crise de aprendizagem global – um dos temas discutidos.

O especialista disse que os números relacionados a matrículas em escolas sempre deixaram a desejar. Na avaliação dele, frequentar a escola não significa realmente aprender e isso é o que acontece com boa parte das crianças. De acordo com Evans, 54% das crianças brasileiras que estão no terceiro ano não conseguem responder a perguntas muito simples.

O evento, que foi promovido pelos jornais O Globo e Extra, aconteceu no Museu do Amanhã e no Museu de Arte do Rio.
Agência Radio Mais

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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