29 de março de 2024

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As cinco maiores reclamações dos profissionais de TI no ambiente de trabalho

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Por Paulo Exel

 

Na última década, a tecnologia passou de coadjuvante para uma área estratégica e de alto impacto para as empresas. Essa transformação fez crescer a demanda por profissionais qualificados e criou um desafio para a área de recursos humanos: comunicar, atrair e reter talentos desse mercado. O fato é que o Brasil não forma profissionais na mesma velocidade de crescimento desse setor.

 

Um levantamento feito pela Manpower Group, apontou que o Brasil é o segundo país que mais sofre com a escassez de profissionais qualificados. Cerca de 71% das empresas apontam ter essa dificuldade. De acordo com o estudo, os profissionais de TI ocupam a oitava posição no ranking dos mais escassos, estando atrás de profissionais de nível técnico, artesãos, engenheiros e contadores.

 

Nesse cenário, contratar e reter talentos torna-se uma missão cada vez mais desafiadora. Na minha opinião, isso acontece principalmente por dois motivos: o primeiro deles é que os profissionais de TI que estão acompanhando as transformações digitais ainda são raros e, por causa disso, a cada dia eles se tornam mais exigentes em relação as oportunidades que lhe são apresentadas. O segundo ponto é a própria questão da permanência desses profissionais dentro das empresas, uma vez que eles têm se desmotivado com mais facilidade e, justamente por serem com frequência abordados por outras organizações eles, muitas vezes, acabam por mudar de emprego com maior facilidade.

Com base nesse cenário, observando o mercado e conversando com vários candidatos, elenquei as cinco maiores reclamações desses profissionais, que os motivam  a trocar de emprego com frequência

 

#1 – Pouco ou nenhum contato com tecnologia de ponta: trabalhar em um ambiente ultrapassado e ter que lidar com tecnologias desatualizadas. Principalmente na área de desenvolvimento de software, faz com que os profissionais de TI se tornem extremamente insatisfeitos por usarem plataformas desatualizadas. Ter acesso a novas tecnologias e trabalhar dentro de um ambiente inovador são requisitos decisivos para essas pessoas que estudam, pensam e respiram tecnologia.

 

#2 – Liderança fraca e pouco inspiradora: a segunda maior queixa é com relação à liderança. Profissionais de tecnologia sente-se desmotivados quando não trabalham diretamente com um chefe inspirador. Essa liderança pode ser uma referência técnica, alguém admirável ou uma mentoria para a carreira. Quanto menor a capacidade de influência, motivação e de suporte em decisões, maior a falta de empenho dos liderados. Um grande desafio das empresas é identificar talentos que possuem habilidades de liderança, o que, infelizmente, ainda é umaqualificação muito rara nos profissionais ligados a tecnologia.

 

#3 – Rotina e falta de desafios: bons profissionais são motivados pelos desafios, em tecnologia isso não é diferente. O ambiente de trabalho e o propósito do cargo influenciam muito a decisão de aceitar outra oferta ou permanecer na empresa. Parte das reclamações está ligada à monotonia e rotina de trabalhos. Esse perfil de profissional quer se sentir desafiado constantemente e deseja ter a oportunidade de criar e lidar com coisas novas, além de atuar dentro de cases em suas áreas de especialização. Eles levam muito em consideração o tipo de projeto em que são envolvidos.

 

#4 – Pouca ou nenhuma flexibilidade: cada vez mais buscam flexibilidade no trabalho, principalmente com relação à horários e trabalho remoto. Regras rígidas, políticas empresarias burocráticas, pouco ou nenhum incentivo à autonomia drenam a energia e a motivação dos profissionais. Nesse sentido, medir o trabalho pelo resultado da entrega, políticas de bonificação e reconhecimento, flexibilidade, comunicação transparente com a liderança, cultura empresarial maleável e com propósito são elementos que devem ser construídos e desenvolvidos pelas companhias.

 

#5 – Remuneração não compatível com o mercado: Por último, porém não menos importante, é o salário e o pacote de benefícios. Profissionais qualificados sabem que seus “passes” estão valorizados. É claro que remuneração não é tudo. Qualidade de vida e os fatores acima pesam na decisão, mas seria ingênuo dizer que eles não estão atentos a quanto o mercado está pagando por suas qualificações.

 

Quanto mais estratégica a tecnologia for para o negócio – se ela for parte do core business ou se é indispensável para o crescimento da empresa – maior a importância das organizações de se adequarem a essas exigências. Para conseguir atrair e reter, as companhias precisam se apoiar de estratégias e parceiros, que entendam do negócio e principalmente que estejam atentos ao mercado bem como comportamento e anseios desses profissionais. As consultorias especializadas em recrutamento e seleção de Tecnologia e Digital podem ser grandes aliadas. Além de manter networking constante com os profissionais mais procurados, elas trabalham em conjunto com a área Requisitante e RH para definir o plano estratégico e o diagnóstico para cada vaga, o que aumenta exponencialmente o sucesso de cada contratação.

 

Paulo Exel é diretor de operação da Yoctoo, formado em Administração de Empresas, possui MBA executivo em Gestão de Negócios e tem certificação em coaching. Exel tem mais de 10 anos de experiência no recrutamento especializado nas áreas de Tecnologia, Digital e Vendas.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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