28 de março de 2024

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ARTIGO – Museu do Amanhã: consciência ambiental do projeto à realidade

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Por Maurício de Barros

Não é só quem mora no Rio de Janeiro que já ouviu falar do Museu do Amanhã. Na verdade o mundo todo o conhece, sobretudo pela sua importância como marco para uma maneira de pensar e existir ligada ao futuro e à sustentabilidade. Mas não é só na mensagem do Museu que ele leva esse pensamento, é em cada aspecto de sua estrutura física.

Há aqueles que acreditam que o Brasil está ainda muito atrasado no que diz respeito à prática da consciência ambiental na construção civil. Acham que estamos distante de países europeus ou norte americanos no que tange o que chamamos de Construção Verde. Essas pessoas não poderiam estar mais enganadas. O Brasil é um país que já se preocupa com a sustentabilidade há muito tempo. Somos detentores de recursos naturais de suma importância para o planeta, e ser sustentável é algo que já deixou a esfera das ideias e da revolução e passou à esfera da responsabilidade. Hoje podemos nos orgulhar de prezar pela segurança do ser humano e do planeta em diversas escalas.

Um exemplo claro é o do Museu do Amanhã, que fica na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro. A construção foi feita para captar energia solar em seu sistema elétrico e se utilizar das águas da Baia da Guanabara em seu sistema de ar condicionado. A construção foi um projeto que visava não só não agredir ao meio ambiente, mas também se integrar a ele. O diálogo entre cidade, meio ambiente e proposta do Museu faz parte da concepção arquitetônica do prédio associada a atuação de órgãos e entidades dispostos a transformar o modo de se fazer as coisas no mundo da engenharia em algo sustentável e seguro para humanidade e planeta.

É por isso que o DNPC existe. Sua sigla quer dizer Departamento Nacional de Empresas Projetistas e Consultores, e ele pertence à ABRAVA, Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento. O DNPC atende a necessidade de reunir e integrar empresas dedicadas exclusivamente à atividade de projetos ligados a aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração, e foi uma de suas associadas, a Consultar, empresa de projetos que concebeu o sistema de ar condicionado do Museu utilizando água da Baía de Guanabara .

Por conta das diretrizes do Departamento, a Consultar se enquadra em diversos aspectos, não só legais e de segurança, mas também de cuidado com o meio ambiente, permitindo que desde o papel, o Museu fosse pensado para ser um representante das melhores práticas sustentáveis da construção nacional, já que a iniciativa da Prefeitura do Rio, em parceria com a Fundação Roberto Marinho e o Grupo Santander, é uma construção que busca ampliar a visão científica do amanhã.

O projeto é tão importante que ganhou vários prémios internacionais. O mais recente deles o MIPIM Awards 2017, em Cannes, França, na categoria “Construção Verde Mais Inovadora”. O Prêmio MIPIM é uma competição internacional que seleciona os mais notáveis projetos já construídos ou em fase de construção em todo o mundo. Na época o Museu concorreu com a sede da Siemens, em Munique, o edifício residencial 119 Ebury Street, em Londres, e a fábrica da Värtan Bioenergy, em Estocolmo.

Esse, entretanto, foi apenas a mais recente premiação. O Museu já havia ganho o selo Ouro da certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design ou Liderança em Energia e Projeto Ambiental, em português), concedida pelo Green Building Council, principal instituição americana na chancela de edificações verdes, sendo o primeiro museu a obter esse selo; e ganhou também o “Oscar dos Museus”, prêmio britânico Leading Culture Destinations Awards, que o elegeu Melhor Novo Museu do Ano; e por último ganhou medalha de ouro e duas de bronze no International Design & Communication Awards (IDCA), no Canadá.

Os prêmios, é claro, são apenas mostras de reconhecimento de uma realidade que já vem se mostrando no país há algum tempo. O Museu do Amanhã é um exemplo, porém a própria existência de associações, como o DNPC, são a mostra de que a consciência ambiental também faz parte do mindset e da proposta de valor das empresas brasileiras. É a existência de profissionais projetistas preocupados em levar em conta o planeta, que desmistificam a cultura do lucro absoluto que se via muito ligada à construção.

Hoje podemos considerar que há uma visão mudada e que o Brasil está no mesmo patamar do que o resto do mundo na busca por sustentabilidade. Hoje é a climatização, um Museu, mas são também grupos de profissionais preocupados que consciência ambiental também seja um valor agregado a seus trabalhos, algo que tem tudo a ver com uma visão positiva e desenvolvida de amanhã.

Maurício de Barros é engenheiro, Sócio/Diretor da Consultar Engenharia, empresa de consultoria e projetos, e membro do DNPC.

Sobre a ABRAVA e o DPNC: http://abrava.com.br

A ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento – é uma instituição sem fins lucrativos que congrega e representa empresas nacionais e multinacionais atuantes nas áreas de indústria, comércio e serviços ligados ao mercado AVAC-R (aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração). Um dos departamento da instituição é conhecido como DNPC – Departamento Nacional de Empresas Projetistas e Consultores – que atende a necessidade de reunir e integrar empresas dedicadas exclusivamente à atividade de projetos na área AVAC-R. Seu objetivo é encontrar melhores técnicas, estabelecer parâmetros e alinhar procedimentos para que sempre haja maior garantia de qualidade nos projetos desenvolvidos para o setor. A Associação, como um todo, acaba por defender os interesses da classe, assim como promover boas práticas do meio, sempre prezando pelo respeito ao meio ambiente e ao cliente.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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