28 de março de 2024

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Artigo: Dia Nacional da Economia Solidária: uma reflexão em meio a tanta corrupção

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por Ana Lúcia Maestrello

educadora e empreendedora social

 

“Economia solidária é a iniciativa para a realização de um sonho histórico.” – Paul Singer, secretário nacional da Economia Solidária. E hoje (15 de dezembro) é o dia que a celebramos no Brasil.

 

Apresentar a proposta do Empreendedorismo Socioambiental aos jovens da Fundação Casa, de Piracicaba (SP), levou-me a refletir sobre a Economia Solidária. Ministrar aula lá, diante de olhares sedentos por projeto de vida, sensibilizou-me profundamente. Minha humanidade ficou à flor da pele, como se eu tivesse sido levada ao universo dos sonhos de igualdade, fraternidade e liberdade. E fui levada por eles a esse lugar. Por isso, não pude descartar a oportunidade de pensar sobre esse modelo de economia como um dos caminhos possíveis para uma sociedade sustentável.

Sim, o modelo de Economia Solidária é um sonho de séculos. Sabemos que muitos intelectuais orgânicos, durante anos, morreram e morrem, lutaram e lutam por essa utopia: direitos igualitários, democracia eficiente, harmonia social, justiça trabalhista. Será uma utopia em contextos ditópicos? Eu achava que sim. Porém, não consigo mais ver dessa forma, aqueles jovens me muniram de muita fé.

É possível a ideia de sociedade de iguais, em que haja a relação entre trabalho e trabalhador que propõe o envolvimento de todos de tal forma que entusiasmo, esperança, conquista, realização pessoal, superação, competência, oportunidade de administrar a própria vida são as diretrizes desse modelo econômico, que gera produção, qualidade de trabalho e renda. Hoje acredito nessa proposta, eles numa tarde, ensinaram-me isso.

Será que a sociedade só irá se organizar quando chegar ao limite do caos da natureza humana, caos do ecossistema, caos da sua existência para que medidas sejam tomadas? Precisaremos chegar ao extremo? Penso que não, graças àqueles olhares famintos por conhecimento, mudei meu posicionamento.

Aprendi com eles que basta contribuirmos para a sociedade com aquilo que sabemos. Sermos solidários com quem busca solidariedade, seja em silêncio, como eu, seja com gritos incompreendidos e angustiados, como os deles. Sim, eu preciso de solidariedade. Todo ser humano precisa.

Aqueles jovens foram solidários comigo. Eles me acolheram, ouviram-me, valorizaram meu trabalho, enxergaram-me. E eu consegui contribuir muito pouco por meio da Educação. Só sei fazer, senti-me tão limitada perante eles.

Eu me animei por imaginar em classificar meu trabalho como Economia Solidária. Será que posso ter essa esperança: minha empresa ser, além de social, solidária também? Isso eles me mostraram através de aplausos sinceros, intensos e emocionantes no final da aula. Chorei.

O planeta está implorando por mudanças econômicas, isso é fato. O Brasil, diante dessa crise e de estatísticas da ONU, caiu uma posição no ranking de desenvolvimento humano, passou de 74ª posição para 75ª, numa lista de 188 nações – classificadas com base em três indicadores: saúde, educação e renda.

Esses três pilares compõem o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que mede qualidade de vida. Triste realidade para nós. Porém, posso ser solidária economicamente por meio da Educação e aqueles jovens por meio de projetos de vida. Meu sonho é me unir a eles para contribuirmos com a economia brasileira, que também está precisando de muita solidariedade humana de todos.

 

Mais informações: Ana – (19) 98100-0929 ou analuciamicheli@gmail.com

 

 

Assessoria de Comunicação

Maestrello Consultoria Linguística

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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