28 de março de 2024

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Americana registra 10º caso de febre maculosa, com nove óbitos.

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A Secretaria de Saúde informa que a Vigilância Epidemiológica confirmou em nota divulgada ontem (5/7) mais dois casos de morte por febre maculosa no município. Agora são dez casos confirmados da doença, sendo nove óbitos, sete casos descartados e 18 ainda aguardando resultado laboratorial.

 

Um dos casos trata-se de um homem de 49 anos, residente no acampamento (área de ocupação) Roseli Nunes, região pós-represa do Salto Grande. Ele faleceu no dia 7 de junho, na Unicamp (Universidade de Campinas), onde estava internado. Como ele havia informado um endereço do município de Campinas, com a finalidade de ser atendido naquela instituição médica, o caso acabou não sendo notificado por Americana na época da internação. Há informações de que ele tenha frequentado o Rio Atibaia, sendo este o local provável de infecção.

 

O outro caso é de uma criança de dois anos, do sexo masculino, que foi atendida no Pronto-Atendimento do bairro Antônio Zanaga (PA Zanaga) entre os dias 30 de maio e 1º de junho, sendo que no dia 3 de junho deu entrada novamente na unidade, com parada cardiorrespiratória, vindo a falecer no mesmo dia.  A suspeita principal era de meningite, porém como o laboratório não diagnosticou nenhum tipo de doença meningocócica no material enviado, optou-se por realizar também a investigação para febre maculosa, que acabou sendo confirmada pelo Instituto Adolfo Lutz, de Campinas.  No caso desta criança, a contaminação pode ter sido acidental, já que não há relatos que ela tenha adentrado ou permanecido em alguma área de risco.

 

 

Prevenção

 

O PVCE (Programa de Vigilância e Controle de Carrapatos e Escorpiões) vem realizando palestras para os agentes comunitários de saúde que atuam na ESF (Estratégia Saúde da Família) com a finalidade de serem multiplicadores de informação sobre a doença. Além dos agentes, professores da rede municipal de ensino também estão sendo capacitados para trabalharem com o tema junto aos alunos da rede.  Além das palestras, o PVCE realiza um trabalho sistemático de pesquisa acarológica (identificação de carrapatos) em todas as áreas de mata ciliar e orla de represas do município, a fim de mapear os locais de infestação do Amblyomma Cajennense (carrapato-estrela), bem monitorar a dinâmica da transmissão da doença, visando alternativas para coibir o acesso a essas áreas.

 

Na área médica está sendo organizando uma capacitação para os médicos da rede pública e particular do município, com a finalidade de sensibilizar os profissionais quanto à suspeição e tratamento da doença, uma vez que os sintomas são semelhantes aos de outras doenças infecciosas, como dengue, leptospirose, hantavirose, meningite, febre amarela, entre outras.

 

A Secretaria de Saúde, por meio da Uvisa (Unidade de Vigilância em Saúde) e em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente, está monitorando as diversas áreas sinalizadas com placas de advertência quanto ao risco de contaminação. Em muitas delas, as placas sofreram vandalismo e outras chegaram a ser arrancadas. A previsão é de que para a próxima semana 27 placas adquiridas pela Secretaria de Meio Ambiente sejam repostas.

 

Além disso, foram produzidos 15 mil folders, os quais vêm sendo distribuídos pelos agentes comunitários de saúde, principalmente na região do bairro Antônio Zanaga, onde está concentrada a maioria dos casos. Também está em fase final de produção 100 mil flyers (tipo de folheto) que serão distribuídos pelos servidores da Secretaria de Saúde que realizam atividades externas, como os agentes de controle da dengue, agentes do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), fiscais da Vigilância Sanitária, entre outros. A Secretaria de Educação também solicitou a produção de mais 14 mil folders para serem distribuídos junto aos alunos da rede do ensino fundamental.

 

Americana apresenta as seguintes áreas classificadas de risco para a febre maculosa:

 

  • Área da Carioba (pesqueiros do Rio Piracicaba, próximos ao Parque Têxtil da Rua Carioba).
  • Área da Casa de Cultura Herman Müller (mata ciliar adjacente ao Ribeirão Quilombo)
  • Área do Rio Jaguari (Região Pós-Represa do Salto Grande / chácaras nas proximidades da Colônia Agrícola do Sobrado Velho)
  • Área do Museu Histórico (pesqueiros na confluência dos Rios Atibaia e Jaguari)
  • Área do Assentamento Milton Santos (matas ciliares do Rio Jaguari e Córrego Jacutinga)
  • Área da Ponte do Rio Piracicaba / Rodovia Anhanguera (pesqueiros locais)
  • Área do Rio Piracicaba (pesqueiros na proximidade do Centro de Detenção Provisória)
  • Área da Represa do Jardim Imperador (Área do Portal dos Nobres)
  • Área da Praia dos Namorados (orla da Represa do Salto Grande)
  • Área do Bairro Mirandola (pastos e matas periféricas)
  • Área da Praia do Zanaga (braço da Represa do Salto Grande entre os Bairros do Zanaga e Vale das Nogueiras)
  • Área da Usina da CPFL (Represa do Salto Grande)
  • Área da Praia Azul (orla da Represa do Salto Grande)
  • Área do Ribeirão Quilombo (toda a extensão)
  • Área Verde do Parque Nova Carioba (mata ciliar do Córrego Bertini)

 

A Secretaria de Saúde pede aos munícipes para que evitem as áreas de risco, entretanto, caso seja necessária a frequência nestes locais, é importante tomar os seguintes cuidados:

  • Utilizar roupas claras porque facilitam a visualização dos carrapatos;
  • Colocar a barra das calças dentro das meias e calçar botas de cano alto;
  • Examinar o corpo cuidadosamente a cada três horas pelo menos, porque esses carrapatos transmitem a bactéria causadora da febre maculosa, depois de algumas horas após a picada na pele;
  • Tenha cuidado ao retirar o carrapato que estiver grudado à pele, fazendo-o mediante uma leve torção;
  • Se em um período de 2 a 14 dias após frequentar estes locais, o indivíduo apresentar febre alta, dores no corpo, dores de cabeça, calafrios e manchas avermelhadas na pele, deverá procurar imediatamente o serviço de saúde e no momento da consulta informar ao médico sobre o contato com carrapatos.

 

Unidade de Imprensa

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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